LIMITES
Os filhos necessitam de limites

l É necessário enfrentar esta questão para que as crianças tenham alguma referência na vida e não vivam na confusão e no


relativismo.

l LIMITE E AUTORITARISMO
l Talvez seja difícil ver a diferença entre limite e autoritarismo, mas é necessário clarear esta questão.
l Nota-se que se não houver limites, as crianças fazem de tudo para procurá-los. Mas até onde elas podem chegar nesta procura? Como elas agem?
l Veja este exemplo, bastante comum em qualquer família:
l Depois de uma manhã com um grupo de amiguinhos, Ana quer brincar também durante o almoço. A mãe diz: “Não! Agora é hora de comer”. A criança bate os pés e se recusa a comer.
l Se a mãe lhe permitisse comer sem estar sentada à mesa, provavelmente se alegraria pelo seu triunfo. No entanto, se a mãe conseguir se mostrar firme, ajudando Ana a superar o mau humor, e se Ana no fim comer tranqüilamente, ambas sairão vitoriosas. Sentir-se-ão mais unidas e satisfeitas por terem superado o conflito.
l PROTEÇÃO E SEGURANÇA
l A existência de determinados limites, conhecidos pelos pais e pelos filhos, faz com que as crianças se sintam mais protegidas e seguras.
l Caso contrário, existem dois perigos evidentes: ou os pais são autoritários e proíbem tudo ou a criança domina os pais. Mas, se uma criança se sentir mais poderosa do que quem cuida dela, como poderá confiar em quem deveria protegê-la?
l Do ponto de vista da criança, os limites podem parecer restrições e enfurecê-la, mas são também portões que protegem e dão garantia.
l São os pais que devem formar nela a sensibilidade para reconhecer a diferença entre suas necessidades e suas vontades.
l Existem muitas boas razões para fixar limites, como coisas primárias e simples: proibir brincar com objetos perigosos, como as tomadas elétricas, fogo, facas, armas...
l As coisas começam a se complicar quando se deve decidir se uma criança pode voltar para casa sozinha, se pode ir de bicicleta ou dormir na casa de um amigo. Nisso tudo, o respeito e os desejos dos filhos são muito importantes e todo cuidado é pouco.
l AUTONOMIA E RESPONSABILIDADE
l Outro aspecto importante é refletir sobre aquilo que ajuda o filho ou a filha a crescer com autonomia e responsabilidade. Se os pais satisfizerem todas as vontades dos filhos, estes cresceriam fracos e sempre mais incapazes de suportar uma frustração.
l Os pais, com as melhores intenções, procuram poupar o filho de qualquer tipo de sofrimento, mas podem acabar eliminando a possibilidade de desenvolver neles os instrumentos necessários para enfrentar dificuldades.
l A segurança, com a qual a mãe faz os filhos respeitarem as regras que regulam as diversas atividades, ajuda as crianças a entenderem que as coisas têm uma determinada estrutura e que os fatos têm início e fim. Isso lhes servirá para superar os momentos difíceis e aprender a gerir as circunstâncias mais complicadas.
l Os limites ajudam as crianças a desenvolver capacidades próprias. A criança quer atenção, ou um certo brinquedo, ou desenvolver outra atividade e, devendo esperar ou renunciar, aprende também a ser flexível e paciente, a procurar alternativas, a ser criativa: todas qualidades úteis na vida.
l LIMITES COERENTES
l Os limites são um dos pilares para uma boa educação, pois fornecem aquele sentido de segurança física e emotiva de que ela necessita para aprender as grandes lições do autocontrole e do comportamento ético.
l Mas justamente porque ajudam a formar a estrutura da personalidade, os limites devem ser coerentes. Os pais nunca devem esquecer de que justamente eles devem ser exemplos pelos mesmos limites.
l Enquanto cresce, um filho deve ser sempre envolvido na compreensão e na aceitação de seus limites. Os “não” devem encorajar o contato e não o afastamento, atrair os filhos para a reflexão...
l Geralmente os “não” dos pais chegam depois do “por que?” dos filhos. Eles têm direito a uma resposta.
l É importante levar em conta a personalidade e o temperamento individual dos filhos. Os limites devem ser, num certo sentido, feitos na “medida”.
l Tudo isso requer um tempinho e trabalho maior do que aquilo que se gastaria esbravejando ou ameaçando punições, mas constitui o “coração” da arte da educação.
l PARA REFLETIR
l O que você entende por “limite”?

l Por que os filhos precisam de limites?

l Como estabelecer limites democraticamente numa família?

l As pequenas coisas...
l Eu tinha, na parede da sala, um grande quadro. Era uma paisagem com flores silvestres e um beija-flor sugando o néctar de uma delas.
l O quadro estava pendurado por um cordão de seda e, certo dia, sem que ninguém tocasse, caiu, ficando em pedaços.
l Fui verificar a causa do desastre e notei que uma pequenina traça roera o cordão e... era uma vez um lindo quadro...
l Às vezes, em muitas vidas, acontecem coisas desastradas por um simples mal-entendido, ou uma palavra dita sem reflexão, ou um ato praticado impensadamente.
l E destrói-se uma boa amizade, a felicidade de um lar e, quantas vezes, vidas são danificadas porque alguém deixou de corrigir uma criança que trouxe para casa um brinquedo roubado, um troco a mais do padeiro por engano, ou, ainda, porque alguém se embriagou, tendo começado por um pequeno gole.
l Por isso, tome cuidado com as pequenas coisas, com as pequenas traças, capazes de destruir grandes e belos quadros. Leve em consideração a advertência das sagradas escrituras: “Uma pequena fagulha põe em chamas uma grande floresta”. (Tiago 3,5)

OBRIGADA!
Psic. Sônia Furlanetto

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