A RAIVA







Raiva é um sentimento de protesto, insegurança, timidez ou frustração, contra alguém ou alguma coisa, que se exterioriza quando o ego sente-se ferido ou ameaçado. A intensidade da raiva, ou a sua ausência, difere entre as pessoas. Joanna de Ângelis[1] aponta o desenvolvimento moral e psicológico do indivíduo como determinante na maneira como a raiva é exteriorizada.

A raiva também pode ser um sentimento passageiro ou prolongado(rancor).

Diferentes origens

A raiva pode ter diversas origens, tais como:

A inveja:
Uma pessoa pode sentir raiva de outra pelo fato desta ter algo que aquela gostaria para si, no entanto, como não possui recursos próprios para adquirir estes objetos de desejos, e pela sua imaturidade moral, passa a sentir raiva de quem os têm.
O ego:
Uma pessoa pode sentir raiva de uma outra pelo fato desta ter afrontado ou ridicularizado o seu ego. A raiva, neste caso, é uma tentativa de proteção ao impor-se uma postura agressiva diante da afronta.

O instinto de superioridade:
Uma pessoa que no seu íntimo tem a falsa percepção de superioridade em relação aos demais, quando se vê em uma situação em que não é compreendida ou aceita como gostaria que o fosse, utiliza-se da raiva como mecanismo de evasão dos seus instintos violentos, afligindo a todos que encontram-se ao seu lado.

A família:
Pode ocorrer quando os pais não dão a devida atenção aos filhos, desinteressando-se pelos problemas que venham a afligir a prole. Inconscientemente o indivíduo começa a ressentir-se, o que ao longo dos anos pode gerar raiva acumulada.

O trânsito:
Segundo Joanna de Ângelis (2005), é bem comum acidentes automobilísticos devido a "raiva malcontida" de motoristas que não se conformam em serem ultrapassados por outros carros, e ao invés de facilitar a ultrapassagem terminam expondo o outro automóvel a perigos que podem resultar num acidente.

Conseqüências
A raiva é como uma doença que vai corroendo de dentro para fora, e que causa diversos prejuízos físicos, mentais e espirituais para o próprio enfermo e para as pessoas que a este acompanham.

Como conseqüências da raiva podemos ter:

1 - A violência verbal.
2 - A violência física.


O Ódio:
Consiste numa ênfase de raiva, que geralmente dura mais tempo e acompanha um desejo contínuo de mal a alguém.

O comportamento agressivo:
O indivíduo assume uma postura contínua de mau humor e raiva, pode ter sua origem em pequenas frustrações que no decorrer da vida se acumulam, e que não foram superadas através de diálogos compreensivos e do perdão ao próximo e a si mesmo.
O perdão consiste em desistir de qualquer ressentimento quando se é, de alguma forma, prejudicado. Por isso existe quem considera o ato de perdoar como uma possível "cura" para a Raiva.

No corpo humano a raiva gera problemas no sistema nervoso central, disfunção das glândulas de secreção endócrina, distúrbios no aparelho digestivo e desequilíbrio psicológico

Para entendermos a nós mesmos é muito importante que aprendamos a escutar a vida dentro de nós, a acolher nossos sentimentos e a vê-los como parte integrante de nosso ser. Só quando percebermos o que somos e aceitarmos esta íntima descoberta é que, paradoxalmente, daremos lugar à mudança e ao crescimento.

E tal enfoque não exclui o sentimento da raiva que é um sentimento universal. A diferença ocorre na forma que cada um de nós lida com as emoções

A raiva é um sentimento natural à frustração e é a primeira resposta a uma perda. Depois vem a depressão, a elaboração e a organização do pensamento. Alguns entram rapidamente em depressão e em processo de tortura e sofrimento, o que só piora a situação.
As explosões não acontecem por acaso.
Pessoas em situações de estresse já estão frustradas. Qualquer outro fato contrário soa como uma agressão e é fácil perder a paciência. Sendo assim, é importante que estas pessoas trabalhem a frustração e tentem redimensionar as perdas, aceitando-as como inerentes ao processo da existência. O ideal é lembrar que tudo tem dois lados, tentando entender o que aquela perda significa e o que se pode aprender com a experiência.

Normalmente, o ataque de raiva começa com uma irritação diante de alguma situação desagradável. O coração acelera, as mãos começam a suar, os músculos ficam tensos e aí vem a explosão. Se isso acontecer com muita freqüência, a pessoa pode desenvolver problemas de saúde.

No corpo, um dos primeiros sinais é a dificuldade respiratória. Quando a pessoa não respira adequadamente, não oxigena as células cerebrais, o que estimula a tomada de decisões erradas.

A pressão arterial sobe e a pessoa pode ter problemas estomacais, como gastrite e até mesmo úlcera.

Sob um enfoque psicológico, a raiva comumente gera ataques de pânico, crises de ansiedade, depressão, desânimo e mágoa. É comum que o sentimento de raiva e suas manifestações tenham sido desencadeados, quando a pessoa se sente injustiçada, menosprezados e desrespeitados.

A raiva está no nosso dia-a-dia.
O importante é saber conviver com ela, "dando-lhe voz" para que expresse o que não queremos aceitar, o que não aceitamos perder e se estamos onde e com quem realmente desejamos estar. De nada resolverá sufocá-la, negá-la, aprisioná-la tal qual uma fera enjaulada, pois, mais cedo ou mais tarde, ela surgirá de uma forma desajeitada e prejudicial para nós mesmos e para o outro.

Raiva em excesso mata?

Sentimentos de raiva podem tornar vulneráveis os problemas cardíacos em até 10 vezes mais propensos a necessidade de tratamento para corrigir os seus batimentos cardíacos. A investigação resulta de estudos anteriores que demonstraram que terremotos, guerras contra o terror ou mesmo a perda de uma Copa Libertadores da América pode aumentar as taxas de morte por parada cardíaca súbita, em que o coração pára de bombear sangue. “É definitivamente foi demonstrado em todas as diferentes formas que, quando você colocar uma população inteira em um estressor que a morte súbita aumentará”, disse o Dr. Rachel Lampert da Yale University, em New Haven, Connecticut, cujo estudo aparece no jornal do American College de Cardiologia”. “ Nosso estudo começa a analisar como é que isto realmente afetar o sistema elétrico do coração.”

O humor realmente afeta muito o organismo das pessoas e os batimentos cardíacos mudam muito. Dr. Lampert e seus colegas da área da saúde estudaram 62 pacientes com doença cardíaca e coração desfibriladores implantáveis ou de dispositivos que permitem detectar ritmos ou arritmias cardíacas perigosas e emite um choque elétrico para restabelecer um batimento cardíaco normal. Os pacientes participaram de um exercício em que reconstituíram um episódio recente zangado enquanto Lampert da equipe realizada para medir a instabilidade elétrica do coração. Dependendo de como as mensagens são recebidas as pessoas ficam muito alteradas podendo passar muito mal.
Segundo Dr. Lampert “A raiva causa impacto realmente no coração e no sistema elétrico tão específico que podem levar à morte súbita.” Ela salientou que os resultados não implicam com os normais, corações saudáveis eram necessariamente em maior risco de uma parada cardíaca resultante de raiva.

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