RESENHA
As pessoas que convivem com dependentes de drogas ou álcool são, em geral, as mais suscetíveis a sofrer crises de estresse e distúrbios nervosos na luta diária para livrar amigos e parentes da dependência química da vó-dependência nunca mais vai ajudá-lo a perceber a sua mais importante e, possivelmente, mais neglicenciada responsabilidade: cuidar de si. Admitir que não é o culpado pelo vício de amigos e parentes é o primeiro passo para entender os seus problemas e angústias, trocando a ansiedade por uma vida equilibrada. O livro apresenta dezenas de casos reais, reflexões pessoais, exercícios e testes. Escrito por Melody Beattie, uma ex-viciada que conviveu com co-dependentes, o livro é um sucesso nos Estados Unidos, no Brasil e em outros países.
O movimento que o co-dependente faz, é ainda pior que do próprio dependente (este está doente).
O co-dependente alimenta a dependência do outro em beneficio próprio.
Ele facilita. Toma as decisões. Pode ser omisso ou ao contrário, não deixa faltar nada.
A co-dependência se inicia quando uma pessoa, numa relação comprometida com um dependente, tenta
controlar seu comportamento na esperança de ajudá-lo. Como conseqüência dessa busca mal sucedida de controle das atitudes do próximo, a pessoa acaba perdendo o domínio sobre seu próprio comportamento e vida.
Em outras palavras, se ao nos dedicarmos aos outros estivermos nos abandonando, mais à frente teremos de nos confrontar com as conseqüências de nossa atitude ignorante.
Reconhecer nossos limites e necessidades é tão saudável quanto a motivação de querer superá-los.
Sentir a dor do outro não quer dizer ter que repará-la. Este é nosso grande desafio: sentir a dor com o intuito simplesmente de nos aproximarmos dela, em vez de querer transformá-la de modo imediato.
É preciso deixar claro que ter empatia não tem nada a ver com a necessidade compulsiva de realizar os desejos alheios, própria dos relacionamentos co-dependentes.
O paradoxo do relacionamento é que ele nos obriga a sermos nós mesmos, expressando sem hesitação e assumindo uma posição. Ao mesmo tempo, exige que abandonemos todas as posições fixas, bem como nosso apego a elas. O desapego em um relacionamento não significa que não tenhamos necessidades ou que não prestemos atenção a elas. Se ignoramos ou negamos nossas necessidades, cortamos uma parte importante de nós mesmos e teremos menos a oferecer ao parceiro. O desapego em seu melhor sentido significa não se identificar com as carências nem com as preferências e aversões. Reconhecemos sua existência, mas permanecemos em contato com nosso eu maior, onde as necessidades não nos dominam. A partir desta perspectiva, podemos escolher afirmar nosso desejo ou abandoná-lo, de acordo com as necessidades do momento.
A empatia começa com a capacidade de estarmos bem conosco mesmos, de reconhecermos o que não gostamos em nós e admirarmos nossas qualidades. Quanto melhor tivermos sido compreendidos em nossas necessidades e sentimentos quando éramos crianças, melhor saberemos reconhecê-las quando adultos.
Entrar em contato com os próprios sentimentos é a base para desenvolver a empatia. Como alguém que desconhece suas próprias necessidades poderá entender as necessidades alheias?
Se você quiser ler mais sobre a co-dependência, leia o livro: Co-dependência nunca mais de Melody Beattie (Ed. Record). Abaixo, seguem alguns itens que, segundo a autora, os co-dependentes adoram fazer:
- Considerar-se e sentir-se responsável por outra(s) pessoas(s) – pelos sentimentos, pensamentos, ações, escolhas, desejos, necessidades, bem-estar, falta de bem-estar e até pelo destino dessa(s) pessoa(s).
- Sentir ansiedade, pena e culpa quando a outra pessoa tem um problema.
- Sentir-se compelido – quase forçado – a ajudar aquela pessoa a resolver o problema, seja dando conselhos que não foram pedidos, oferecendo uma série de sugestões ou equilibrando emoções.
- Ter raiva quando sua ajuda não é eficiente.
- Comprometer-se demais.
- Culpar outras pessoas pela situação em que ele mesmo está.
- Dizer que outras pessoas fazem com que se sinta da maneira que se sente.
- Achar que a outra pessoa o está levando à loucura.
- Sentir raiva, sentir-se vítima, achar que está sendo usado e que não senta sendo apreciado.
- Achar que não é bom o bastante.
- Contentar-se apenas em ser necessário a outros.
3 comentários:
Coemcei a fazer terapia hj, pois reatei com meu ex marido. Estivemos separados há 5 anos e agora estou me sentindo confusa e se devo realmente seguir com este relacionamento que está cravado de mágoas. Hj descobri com meu terapeuta que meu sentimento por ele é co-dependencia. Se é realmente verdade, devo seguir meu caminho mesmo gostando dele? Ou devo me tratar e derepente minha cura me libertará disso...To confusa ainda com a informação que o terapeuta me passou...
Olá, muita calma nessa hora, afinal vc está contando que iniciou tratamento terapeutico, siga as orientações da terapia e procure saber um pouco mais a respeito e olha não fique apenas no resumo do livro, leia o livro todo, é super interessante.
Abs
A poucos dias tomei conhecimento do livro Co-dependência nunca mais, e me interessei pelo tema, lí vários artigos sobre o assunto na net e.. cheguei até aqui e lí o resumo sobre o assunto.Me encaixo em vários itens, e quando fiz terapia (por 1 ano), me informaram que eu n tinha vida própria, vivia em função de agradar mais aos outros do que a mim mesma..
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