Primeiro ouça a Sinfonia nº 40 de Mozart
.
Pesquisa mostra que música aumenta QI
Estudo feito no Canadá examinou efeito de cursos extracurriculares
em crianças de 6 anos
Alessandro Greco escreve para ‘O Estado de SP’:
A idéia de que a música aprimora a inteligência tem recebido
atenção de pesquisadores e da mídia há algum tempo. Mas faltava ainda provar
uma relação direta entre aulas de música e aumento de QI (quociente de
inteligência). Uma pesquisa publicada este mês na revista Psychological
Science, da Associação Psicológica Americana, deixa claro pela primeira vez que
essa relação existe. O aumento de QI é pequeno, mas existe.
Feito por E. Glenn Schellenberg, da Universidade de Toronto
em Mississauga, no Canadá, o trabalho examinou o efeito de atividades
extracurriculares no desenvolvimento intelectual e social de crianças de 6
anos.
Um grupo de 144 delas foi recrutado por meio de um anúncio
em um jornal local e elas foram designadas aleatoriamente para escolher entre
quatro atividades para fazer durante um ano: aulas de teclado, de canto,
de
artes cênicas ou nenhuma aula.
Os resultados mostraram que o QI dos alunos que tiveram
aulas de teclado e canto aumentou mais do que o dos que tiveram aulas de artes
cênicas ou não tiveram nenhuma aula - os testes de QI foram aplicados antes e
depois da experiência.
Também foi detectada uma diferença em um teste específico,
ligado ao comportamento social, que faz parte do teste de QI. As crianças que
estavam nos grupos de drama tiveram melhor desempenho do que aquelas que
tiveram aulas de música.
Conclusão - Um dos fatores para o aumento do QI de todos os
grupos é, segundo Schellenberg, a própria educação formal. ‘Acho que a
conclusão mais importante é que para um melhor desenvolvimento cerebral é
necessário, além do aprendizado formal em sala de aula, o ensino de atividades
complementares’, afirma Luiz Celso Vilanova, chefe do setor de Neurologia
Infantil da Universidade Federal de SP (Unifesp).
Para Schellenberg, atividades extracurriculares como música
parecem ter um papel importante na aquisição de conhecimento, o que levanta uma
outra questão. ‘No Brasil, as crianças ficam pouco tempo na escola. Se ficassem
mais, teriam uma chance maior de fazer essas atividades extras. Elas não são um
passatempo. São importantes para o desenvolvimento’, afirma o pesquisador.
(O Estado de SP, 30/8)
Fonte: Jornal da Ciencia
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