Parte do meu Projeto de Pesquisa se encontra protegido na Biblioteca Nacional e está no meu Currículo Lattes do CNPQ. Plágio é crime.
(Percebi a entrada de um mesmo IP várias vezes nesse BLOG, por questão de segurança, retirei parte do conteúdo do trabalho).
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Ao
considerar que a Psicanálise é uma prática de análise da Psique Humana e que o
cinema joga com as leis da linguagem que Freud descreve como mecanismo fundamental
na elaboração onírica*, sendo conteúdos encobertos, mostra-nos estruturas
recalcadas que tentam emergir como um disfarce verdadeiro dos sonhos. O
trabalho do sonho é a passagem do oculto ao manifesto. Basicamente podemos
dizer que o conteúdo oculto é algo semelhante a um impulso e o conteúdo
manifesto é uma imagem visual. Finalmente, o conteúdo manifesto¹ é uma fantasia
que simboliza o desejo ou impulso latente². Trata-se de uma fantasia, que
consiste essencialmente na satisfação do desejo ou impulso velado, ou seja, sonho
e cinema jogam com o imaginário do ser humano. (1900; em Freud – A
Interpretação dos Sonhos, vol. IV p.131 na Ed. Bras.).* (1916 -1917, p. 206).
No
sonho existe um conteúdo manifesto e um latente. O latente mostra-nos
estruturas recalcadas que tentam emergir, ou seja, é o verdadeiro sonho, e o
manifesto é o sonho quando o sujeito conta, sendo um disfarce do sonho. Então o
primeiro é o inconsciente e o segundo é o consciente, é uma imagem visual, é
uma fantasia que simboliza o desejo que foi satisfeito através do sonho,
trata-se de uma satisfação parcial das nossas estruturas primitivas; Freud o chama
de conteúdo latente e que tem como objetivo iludir as defesas do ego. Quando
manifestado, lembramos-nos de breves cenas, como as cenas de um filme, cena em
cena, passando pelos nossos olhos. (Freud, 1916 – 1917, p. 218).
O
sonho é um lugar do desejo, da identificação e da projeção. A instituição
Cinema e todo o aparato da cultura industrializada que gira em seu entorno
representam um poderoso instrumento de hegemonia cultural. Ao comporem uma
determinada dinâmica de vida entre as pessoas, os filmes também participam na
formação de valores éticos e juízos de preferências, nesse sentido, portam uma
faceta emocional e histórica.
*A Psicologia dos Processos oníricos
(cap. VII p.541) in Obras Completas de Sigmund Freud: Ed. Standard brasileira.
Vol. V Rio de Janeiro: Imago Ed. 1996.
¹ Fachada
zero O significado, o despistar o
superego.
Na
sociedade contemporânea, eles concretizam práticas filosóficas e psicológicas
pelas personagens terem relação intrínseca com o indivíduo que sonha, pois é
ele quem elabora suas ações por processos psíquicos inconscientes.
Na
situação fílmica às vezes o espectador se projeta, identifica, torce por eles e
recria os acontecimentos. Conjecturando, o mesmo pode construir ou desconstruir
de acordo com a assimilação de sensibilidades e conhecimentos. Tendo como
parâmetro o filme “A Queda! As Últimas Horas de
Hitler” do diretor “Oliver
Hirschbiegel”, percebemos que se trata ainda de uma dicotomia que
carrega consigo uma consequência muito séria, concordando com as palavras do
historiador John Lukács, para quem a definição de Hitler como louco exonera-o
de toda responsabilidade, levanto a hipótese de que ele, em sua alienação autoimposta,
para a qual o Bunker é uma metáfora tão perfeita quanto simples, é
encenado como alguém incapaz para comandar seus aliados, por motivos físicos e
psicológicos; aparentemente o espectador “observa” as cenas por um buraco de
fechadura.
Adolf
Hitler “estava”¹, “alienado”², era uma pessoa incapaz, segundo alguns trabalhos,
e críticos sobre este filme. A teoria psicanalítica nos adverte que a
construção de uma teoria que diga respeito à “realidade”, o que é importante
não é a diferença entre o que é da ordem do visível ou do invisível, mas sim, a
diferença entre o olho e o olhar. O que se pretende dizer com isso é que a
função de ver, não está relacionada apenas com os olhos, mas como olhamos as
coisas. Para Kant, a estética é o compromisso entre a natureza e a liberdade.
Segundo a “Crítica da Razão Prática”, ele se refere aqui a “natureza humana”,
apesar de acreditar que seja algo de “subjetivo”, existem os componentes
racionais da estética, ou seja, as cognições³, que são fundamentais para
alterar a crítica de juízos. É esse olhar que estou mencionando, é essa identificação
que estou me apegando.
¹ Não utilizado, o verbo no passado, “ser”, por apresentar-se
como qualidade ou característica habitual. Usa-se seguido do particípio
passado, para formar a voz passiva. Entende-se, como pessoa que é que foi um
ente humano e por toda a sua existência.
² De forma geral tornou-se popular para
descrever um distanciamento entre os indivíduos e a realidade, onde o mundo se
torna cada vez mais estranho e exterior, em contraste com a visão do selvagem
que viveria em proximidade e equilíbrio com a natureza. Também é aquele que
perdeu o controle sobre o próprio destino e que não enxerga a realidade como
ele é, mas através de fantasias, alienado não é um ou outro, somos todos nós,
que dependemos de um sistema exterior que não compreendemos.
“para Kant, estabelecemos as nossas
próprias regras do que é belo, a partir da crítica dos juízos, isso significa
que o belo, está relacionado com a época, a cultura, e com a nossa
aprendizagem”.
Cognição – Ato de processo de conhecer
inclui estados mentais e processos como pensar, a atenção, o raciocínio, a
memória, o juízo, a imaginação, o pensamento, o discurso, a percepção visual e
audível, a aprendizagem, a consciência, as emoções.
O tema faz hiperligação com o link original
Durante a Segunda Guerra Mundial,
depois que os nazistas bombardearam várias vezes o Gueto de Varsóvia, na
Polônia, Rebecca, de 13 anos, e David, de 14, haviam-se escondido em meios aos
destroços.
Era inverno e fazia muito frio.
Durante semanas, Rebecca não se atrevera a sair dos escombros, apesar da
escuridão, enquanto David aventu-
rava-se de vez em quando a ir em
busca de comida. Todas as lojas haviam sido destruídas durante os bombardeios,
mas algumas vezes David conseguia trazer algum pão envelhecido ou comida
enlatada. Assim, eles iam sobrevivendo e marcando os dias a partir do primeiro
em que se haviam escondido.
David sabia que sair dos
escombros e circular pelas áreas controladas pelos nazistas era perigoso, mas
sabia também que se não se arriscassem, acabariam morrendo de fome. Assim, dia
a dia, aventurava-se pelos becos e ruas.
Um dia, um dos mais frios até
então, David saíra. Sentada em um canto, encolhida e assustada, Rebecca
aguardava o retorno de seu amigo. Subitamente, ouviu o sons de uma respiração.
Era David que chegava.
Após acalmar sua amiga, David
sussurrou: "Rebecca, eu encontrei um tesouro". Em seguida,
mostrou-lhe uma porção de queijo, batatas, cogumelos secos e um pacote de
balas, acrescentando: "Há mais uma surpresa, mas só vou mostrar-lhe mais
tarde".
Após se alimentarem, David disse
a Rebecca: "Você sabe que hoje é o primeiro dia de Chanucá e eu encontrei
uma vela e alguns fósforos". Assim dizendo, o menino arrumou a vela,
orando e, em seguida, acendeu-a. Pela primeira vez desde que haviam-se escondido
nos escombros, os dois olharam-se no rosto e conseguiram enxergar um ao outro.
Apesar de sua pouca idade, haviam prometido que, se conseguissem sobreviver, um
dia se casariam.
Ambos haviam perdido suas
famílias. Ambos tinham muitas razões para estar zangados com D'us, por estarem
enfrentando tantas tragédias, mas a luz da vela trouxe paz aos seus corações e
a suas almas. Aquela pequena luz, cercada por tantas sombras, parecia trazer-lhes
uma mensagem: o demônio não havia dominado tudo e ainda havia um resto de
esperança.
Várias vezes os dois jovens
haviam pensado em fugir de Varsóvia, mas não sabiam como. O gueto estava
cercado pelos nazistas dia e noite. Rebecca, principalmente, sempre hesitara em
tomar a decisão de fugir, mas David sabia que suas chances de sobrevivência
eram cada dia menores, caso permanecessem na cidade. Agora, iluminada pela
chama da vela, Rebecca disse a David: "Vamos partir".
"Quando", ele perguntou-lhe. E ela: "Quando você achar que é o
momento exato". E David afirmou: "O momento exato é agora".
Assim, os dois amigos
prepararam-se para partir. David explicou a Rebecca qual era o seu plano e
quais as chances que tinham de sobreviver. Disse-lhe que deveriam andar em meio
a destroços, esconder-se nos esgotos, provavelmente infestados de ratos, e
talvez congelar até a morte. Mesmo assim, a menina não desistiu e eles
partiram.
Em momentos de grande perigo, às
vezes as pessoas descobrem que sua coragem é maior do que imaginavam e foi
exatamente o que aconteceu com Rebecca e David. Ele foram obrigados a passar
pelos esgotos, por caminhos tão estreitos que eram forçados a se ajoelhar e
andar bem abaixados. Mas os alimentos ingeridos em Chanucá e a alegria por terem
celebrado a festa levava-os a prosseguir, até que pelos sons que ouviam do
exterior perceberam que haviam alcançado o outro lado do gueto. Agora, deveriam
sair dos esgotos e deixar a cidade o mais rápido possível.
Muitos milagres pareciam estar
acontecen- do naquela noite de Chanucá. Por receio de ataques aéreos dos
aliados, os nazistas haviam ordenado um blecaute total na área. Por causa do
frio, era menor o número de guardas da Gestapo nas ruas. Assim, os dois jovens
conseguiram chegar até a floresta mais próxima para descansar e se alimentar.
David e Rebecca levaram uma
semana para conseguir encontrar os membros da Resistência, os partisans, que
lutavam contra os nazistas. Em sua viagem, recebiam ajuda de camponeses até que
em um povoado encontraram um membro da organização clandestina Haganá, que
viera de Eretz Israel para resgatar os judeus que fugiam das perseguições
nazistas. Este jovem combatente levou-os ao encontro de outros refugiados
escondidos na floresta. Era o último dia de Chanucá e, naquela noite, todos
acenderam as oito velas. Enquanto alguns jogavam com um dreidl outros permaneceram
em vigília.
A vida de David e Rebecca mudou
completamente desde o momento em que se juntaram aos membros da Haganá e a
outros judeus que tinham um único objetivo: estabelecer-se em Eretz Israel. A
viagem até seu destino nem sempre foi fácil. Atravessaram a Checoslováquia, a
Hungria e a Iugoslávia, onde um pequeno barco os esperava para levá-los a seu
novo lar. O silêncio e o segredo eram essenciais, pois os nazistas ocupavam a
Iugoslávia.
A travessia por mar foi marcada
pelo perigo. Os refugiados temiam os submarinos e os aviões alemães e nada
podiam fazer além de rezar. D'us ouviu suas preces e levou-os a Eretz Israel em
segurança, onde foram recebidos com amor e alegria, esquecendo-se,
gradativamente, dos sofrimentos na Europa.
Rebecca e David encontraram
parentes em Israel, que os acolheram e ajudaram a reconstruir sua vida.
Estudaram em escolas onde aprenderam o hebraico e, mais tarde, na faculdade.
David formou-se em Engenharia, em Haifa, e Rebecca em Literatura e Línguas, em
Tel Aviv. Enquanto estudavam, continuaram a se encontrar nos finais de semana,
até que se casaram.
Eles me contaram a sua história
em uma noite de Chanucá, em sua casa, em Ramat Gan. As velas estavam acesas na
chanuquiá e Rebecca estava fazendo sufganiot (sonhos). David e eu estávamos
jogando dreidl com seu filho, Menashem Eliezer, assim chamado em homenagem a
seus avós. David então me contou que aquele dreidl de madeira com o qual
estávamos jogando era o mesmo utilizado pelos partisans naquela noite na
floresta polonesa.
Rebecca então me disse: "Se
não fosse por aquela pequena vela que David trouxe ao nosso esconderijo, nós
não estaríamos sentados aqui hoje. Aquela pequena luz despertou a nossa
esperança e uma força que não sabíamos possuir. Daremos este dreidl a Menashem
Eliezer quando ele for maduro o suficiente para entender o que nos aconteceu e
como milagrosamente fomos salvos".