domingo, 6 de junho de 2010

COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL

SOCIOPATA - PSICOPATA

Como geralmente são mais conhecidos pela sociedade, quero lembrar que esse texto é longo entretanto interessante de ler é um resumo do texto original que o link segue abaixo, quero ainda lembrar que muitas pessoas que tem esse comportamento não se tornam serial killer durante o decorrer de suas vidas, desenvolvem outros comportamentos antissociais, abusivos para safisfazer seus desejos sem culpas, porque eles não entendem esse tipo de sentimento, melhor dizendo nenhum tipo de sentimento:
Por exemplo: "Se questionarmos à um psicopata sobre o amor provavelmente sua resposta será voltada para o sexo genital.(Hipótese)"

Existem estudos que mostram diferenças no funcionamento tanto no funcionamento da amigdala e hipocampo cerebral explicação desenho abaixo:

Amigdala

pequena estrutura em forma de amêndoa, situada dentro da região antero-inferior do lobo temporal, se interconecta com o hipocampo, os núcleos septais, a área pré-frontal e o núcleo dorso-medial do tálamo. Essas conexões garantem seu importante desempenho na mediação e controle das atividades emocionais de ordem maior, como amizade, amor e afeição, nas exteriorizações do humor e, principalmente, nos estados de medo e ira e na agressividade. A amigdala é fundamental para a auto-preservação, por ser o centro identificador do perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o animal em situação de alerta, aprontando-se para se evadir ou lutar. A destruição experimental das amigdalas ( são duas, uma para cada um dos hemisférios cerebrais) faz com que o animal se torne dócil, sexualmente indiscriminativo, afetivamente descaracterizado e indiferente às situações de risco. O estímulo elétrico dessas estruturas provoca crises de violenta agressividade. Em humanos, a lesão da amígdala faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca o sentido afetivo da percepção de uma informação vinda de fora, como a visão de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem está vendo mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questão.

Hipocampo

Está particularmente envolvido com os fenômenos de memória, em especial com a formação da chamada memória de longa duração (aquela que persiste, as vezes, para sempre). Quando ambos os hipocampos ( direito e esquerdo) são destruídos, nada mais é gravado na memória. O indivíduo esquece, rapidamente, a mensagem recém recebida. Um hipocampo intacto possibilita ao animal comparar as condições de uma ameaça atual com experiências passadas similares, permitindo-lhe, assim, escolher qual a melhor opção a ser tomada para garantir sua preservação





Quanto na resposta do sistema nervoso autonomo PARASSIMPÁTICO segue explicação e desenho abaixo:

O Sistema Nervoso Autônomo é a seção do SN responsável por controlar as atividades das vísceras e demais órgãos que não possuem controle voluntário. È dividido em duas seções: SNA Simpático e SNA Parassimpático. O Simpático é responsável por preparar o organismo para situações de estresse e perigo, dando uma resposta imediata de fuga ou luta; já o Parassimpático é basicamente o contrário, regula o organismo para situações de repouso e controla a digestão.
Os neurônios do Simpático (pré-ganglionares) saem dos segmentos toraco-lombares, enquanto que os do Parassimpático saem dos segmentos cefalo-sacrais.
No sistema simpático, depois que o nervo espinhal deixa o canal espinhal, as fibras pré-ganglionares deixam o nervo, e vão para um dos gânglios da cadeia simpática onde será feita a sinapse com um neurônio pós ganglionar. Seus neurotransmissores são a Noradrenalina e a Adrenalina.
No sistema parassimpático, na maior parte das vezes, as fibras pré-ganglionares normalmente seguem initerruptamente, até o órgão que será controlado fazendo então sinapse com os neurônios Pós-ganglionares e seu neurotransmissor é Acetilcolina. Dessa maneira percebe-se que os neurônios Pré-ganglionares do simpático são curtos e os pós são longos, o contrário do que ocorre no Parassimpático.



E o que de tão importante mostram essas pesquisas, quando pessoas com comportamento antissocial são expostas a situações de estresse, susto, medo, seus batimentos cardíacos não se modificam bem não ocorre sudorese, aumento da pupila ou outro comportamento que ocorre nas pessoas que não tem esse transtorno de personalidade.
Acredito ser interessante colocar uma breve explicação do que ocorre com as pessoas sem esse tipo de transtorno diante de uma situação estressora:
O aumento dos hormônios de estresse, adrenalina, noradrenalina e cortisol causa mudanças no organismo:

1. aumento da pressão arterial e freqüência cardíaca, preparando o organismo para um exercício intenso;

2. as pupilas dilatam para receber a maior quantidade possível de luz; O importante não é o foco. Aqui, muito mais importante são as variações mínimas de luz e sombra que podem definir um ataque, uma saída, algo que pode colocar o indivíduo em vantagem;

3. as artérias da pele e tecido subcutâneo se contraem (vasoconstrição) desviando o fluxo sanguíneo aos grupamentos musculares mais importantes (reação responsável pelo "calafrio" muitas vezes associado com o medo - há menos sangue na pele para mantê-lo aquecido); O indivíduo fica pálido;

4. o teor do suor se modifica; Esse suor associado à vasoconstrição periférica resulta na sudorese fria bastante conhecida nessas situações. Em situações de estresse, emitimos cheiros diferentes. Isso é usado como esquiva em muitos animais;

5. Há uma tonificação dos músculos, a piloereção ocorre quando pequenos músculos conectados a cada pêlo da superfície da pele tensionam, os fios são forçados para cima, puxando a pele com eles; Essa é uma resposta muito importante. Os animais com a pele recoberta de pelos ficam "arrepiados" dando a impressão que são maiores e mais ameaçadores. Animais como o porco-espinho, permitem que seus grossos e afiados pêlos se desprendam, causando lesões em seus agressores;

6. O cérebro trabalha em ritmo acelerado. Não há prioridade em se concentrar em tarefas pequenas (deve-se concentrar apenas em sobreviver).

E foi à partir de pesquisas semelhantes com dados baseados nos conhecimentos dos componentes conhecidos pelos pesquisadores, grupos de pessoas com transtorno de personalidade antissocial foram colocadas diante de situações sendo avisadas que do iria ocorrer. Elas mantiveram controle em todos os seus aspectos fisiológicos, as demais não.




(Foto de Ted Bundy e resuminho da sua assombrosa história retirado da Wikipédia)
"Theodore Robert Cowell "Ted" Bundy (24 de novembro de 1946 – 24 de janeiro de 1989) foi um dos mais temíveis assassinos em série da história dos Estados Unidos da América durante a década de 1970. Com uma infância perturbada, ele iniciou a sua carreira criminosa assassinando e estuprando as suas vítimas.
Era um homem charmoso, comunicativo , de conversa e palavras convincentes, que lhe ajudariam a seduzir e eliminar mulheres em uma matança desenfreada.[1][2] Foi preso e conseguiu fugir, dando continuidade em seus crimes na mesma noite em que escapara. Em 15 de janeiro de 1978, ele partiu em uma noite de chacina e matou duas meninas e feriu duas outras ao redor do Chi Omega uma casa de república de mulheres em Tallahassee.
Ted Bundy foi levado a julgamento e condenado à pena de morte por eletrocussão. Os jurados demoraram apenas quinze minutos deliberando sobre o veredito. Executado em 24 de janeiro de 1989, Bundy ainda foi alvo de uma ironia no dia de sua morte: foi uma mulher que ligou a chave da cadeira elétrica que pôs fim a à sua vida.
Metodologia e Preferências
Uma vez que ele atraía suas vítimas para a porta do carro, ele batia e as levava embora para reservadamente desfrutar de sua mortes.Ele preferia matar garotas bonitas de cabelo escuro do tipo chefe de torcida. Ele atacava suas presa com objetos rombudos e era fã de estuprar e morder suas vítimas.
Prisão
Ted se defendeu em julgamentos em Utah, Colorado e Flórida enquanto a polícia tentava reunir um rastro de meninas mortas que conduzissem a ele. Durante seus vários julgamentos, um Ted Bundy muito seguro de si se defendeu, recebendo elogios e uma legião de admiradoras. Depois de várias apelações Bundy foi eletrocutado pelo estado da Flórida em 1989. Para sua última refeição ele pediu bife, ovos, pão e café."



COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL


A possibilidade de você já ter encontrado um em seu caminho é grande, pois pelas estatísticas da Organização Mundial da Saúde uma em cada 100 pessoas uma é sociopata em maior ou menor grau, 1% a 4% da população mundial.
O grande desafio é reconhecê-los, devido à capacidade de enganar com perfeição e dizer exatamente o que você quer ouvir, que eles possuem. Você só descobre que cruzou o caminho de um psicopata, após ter sido prejudicado por ele.
O que move um psicopata é: razão e vontade, ou seja, o que os move é satisfazer plenamente seus desejos
não existe o fato: sentimento
Os sociopatas exibem egocentrismo e um narcisismo patológico, baixa tolerância para frustração e facilidade de comportamento agressivo, falta de empatia com outros seres humanos.
Eles são geralmente cínicos, incapazes de manter uma relação e de amor negligenciam suas famílias e parentes.
"predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento."
Os próprios sociopatas se descrevem como "predadores" e sentem orgulho disto. O psicopata é incapaz de aprender com a punição ou de modificar seu comportamento
O indivíduo sociopata não apresenta sintomas de outras doenças mentais, tais como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Eles apresentam um comportamento tranquilo quando interagem com a sociedade, geralmente possui uma considerável presença social e boa fluência verbal. Não é incomum, eles se tornarem líderes sociais de seus grupos. Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com o sociopata, são capazes de imaginar o seu "lado negro", o qual a maioria dos sociopatas é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência.
O mais comum é o tipo parasita: aquele que se dedica a atormentar e dar golpes em suas vítimas sem nunca atentar fisicamente contra elas. Políticos corruptos, líderes autoritários, pessoas agressivas e que abusam da sua confiança, etc... Uma característica comum aos sociopatas é a de usarem sistematicamente a enganação e manipulação de outros visando ganhos pessoais. Um estudo epidemiológico do NIMH (National Institute of Mental Health) registrou que somente 47% daqueles que eram sociopatas tinham uma história de processo criminal significativo. O mais comum para estes são problemas no trabalho, violência doméstica, tráfico e dificuldades conjugais severas. Normalmente os indivíduos com este distúrbio de personalidade são ciumentos, possessivos, irritáveis, argumentadores e intimidadores. Seu comportamento frequentemente é rude, imprevisível e arrogante.

http://www.mocadosonho.com/2009/07/os-psicopatas-estao-entre-nos-cuidado.html

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DSM-IV
F60.2 - 301.7 - PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL - DSM.IV

Outros tipos de Transtornos de Personalidade do DSM.IV
Transtorno da Personalidade Paranóide
Transtorno da Personalidade Esquizóide
Transtorno da Personalidade Esquizotípica
Transtorno da Personalidade Anti-Social
Transtorno da Personalidade Borderline
Transtorno da Personalidade Histriônica
Transtorno da Personalidade Narcisista
Transtorno da Personalidade Esquiva
Transtorno da Personalidade Dependente
Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva
Veja um a um nessa classificação

Características Diagnósticas
A característica essencial do Transtorno da Personalidade Anti-Social é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.

Este padrão também é conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. Uma vez que o engodo e a manipulação são aspectos centrais do Transtorno da Personalidade Anti-Social, pode ser de especial utilidade integrar as informações adquiridas pela avaliação clínica sistemática com informações coletadas a partir de fontes colaterais.
Para receber este diagnóstico, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos (Critério B) e ter tido uma história de alguns sintomas de Transtorno da Conduta antes dos 15 anos (Critério C).

O Transtorno da Conduta envolve um padrão de comportamento repetitivo e persistente, no qual ocorre violação dos direitos básicos dos outros ou de normas ou regras sociais importantes e adequadas à idade. Os comportamentos específicos característicos do Transtorno da Conduta ajustam-se a uma dentre quatro categorias: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, defraudação ou furto, ou séria violação de regras.

O padrão de comportamento anti-social persiste pela idade adulta. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social não se conformam às normas pertinentes a um comportamento dentro de parâmetros legais (Critério A1). Eles podem realizar repetidos atos que constituem motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais como destruir propriedade alheia, importunar os outros, roubar ou dedicar-se à contravenção.

As pessoas com este transtorno desrespeitam os desejos, direitos ou sentimentos alheios. Freqüentemente enganam ou manipulam os outros, a fim de obter vantagens pessoais ou prazer (por ex., para obter dinheiro, sexo ou poder) (Critério A2). Podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir. Um padrão de impulsividade pode ser manifestado por um fracasso em planejar o futuro (Critério A3).

As decisões são tomadas ao sabor do momento, de maneira impensada e sem considerar as conseqüências para si mesmo ou para outros, o que pode levar a mudanças súbitas de empregos, de residência ou de relacionamentos. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social tendem a ser irritáveis ou agressivos e podem repetidamente entrar em lutas corporais ou cometer atos de agressão física (inclusive espancamento do cônjuge ou dos filhos) (Critério A4).

Os atos agressivos cometidos em defesa própria ou de outra pessoa não são considerados evidências para este quesito. Esses indivíduos também exibem um desrespeito imprudente pela segurança própria ou alheia (Critério A5), o que pode ser evidenciado pelo seu comportamento ao dirigir (excesso de velocidade recorrente, dirigir intoxicado, acidentes múltiplos). Eles podem engajar-se em um comportamento sexual ou de uso de substâncias com alto risco de conseqüências danosas. Eles podem negligenciar ou deixar de cuidar de um filho, de modo a colocá-lo em perigo.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social também tendem a ser consistente e extremamente irresponsáveis (Critério A6).

O comportamento laboral irresponsável pode ser indicado por períodos significativos de desemprego apesar de oportunidades disponíveis, ou pelo abandono de vários empregos sem um plano realista de conseguir outra colocação. Pode também haver um padrão de faltas repetidas ao trabalho, não explicadas por doença própria ou na família.

A irresponsabilidade financeira é indicada por atos tais como inadimplência e deixar regularmente de prover o sustento dos filhos ou de outros dependentes. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social demonstram pouco remorso pelas conseqüências de seus atos (Critério A7). Eles podem mostrar-se indiferentes ou oferecer uma racionalização superficial para terem ferido, maltratado ou roubado alguém (por ex., "a vida é injusta", "perdedores merecem perder" ou "isto iria acontecer de qualquer modo").

Esses indivíduos podem culpar suas vítimas por serem tolas, impotentes ou por terem o destino que merecem; podem minimizar as conseqüências danosas de suas ações, ou simplesmente demonstrar completa indiferença. Estes indivíduos em geral não procuram compensar ou emendar sua conduta. Eles podem acreditar que todo mundo está aí para "ajudar o número um" e que não se deve respeitar nada nem ninguém, para não ser dominado.

O comportamento anti-social não deve ocorrer exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou de um Episódio Maníaco (Critério D).

Características e Transtornos Associados
Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social freqüentemente não possuem empatia e tendem a ser insensíveis e cínicos e a desprezar os sentimentos, direitos e sofrimentos alheios. Eles podem ter uma auto-estima enfatuada e arrogante (por ex., achar que um trabalho comum não está à sua altura, ou não ter uma preocupação realista com seus problemas atuais ou seu futuro) e podem ser excessivamente opiniáticos, auto-suficientes ou vaidosos.

Eles podem exibir um encanto superficial e não-sincero, ser bastante volúveis e ter facilidade com as palavras (por ex., usar termos técnicos ou jargão capazes de impressionar alguém não familiarizado com o assunto). Falta de empatia, auto-estima enfatuada e encanto superficial são aspectos habitualmente incluídos nos conceitos tradicionais de psicopatia e podem ser particularmente distintivos do Transtorno da Personalidade Anti-Social em contextos forenses ou penitenciários, onde atos criminosos, delinqüentes ou agressivos tendem a ser inespecíficos.

Esses indivíduos podem também ser irresponsáveis e exploradores em seus relacionamentos sexuais. Eles podem ter uma história de múltiplos parceiros sexuais, sem jamais ter mantido um relacionamento monogâmico.

Essas pessoas podem ser irresponsáveis na condição de pai ou mãe, o que se evidencia por desnutrição ou doença em um filho, resultante da falta de cuidados mínimos de higiene, filhos dependendo de vizinhos ou parentes para obter alimento e abrigo, deixar de conseguir alguém para cuidar de um filho pequeno quando o indivíduo está fora de casa, ou repetido esbanjamento do dinheiro necessário para as necessidades domésticas.

Esses indivíduos podem dar baixa com desonra das forças armadas, podem não conseguir se sustentar, podem empobrecer a ponto de não ter onde morar, ou passar muitos anos em instituições penais. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social estão mais propensos do que as outras pessoas na população geral a morrer prematuramente por meios violentos (por ex., suicídio, acidentes e homicídios).

Os indivíduos com este transtorno também podem experimentar disforia, incluindo queixas de tensão, incapacidade de tolerar o tédio e humor deprimido. Eles podem ter, em associação, Transtornos de Ansiedade, Transtornos Depressivos e Transtornos Relacionados a Substâncias, Transtorno de Somatização, Jogo Patológico e outros transtornos do controle dos impulsos.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social também têm, freqüentemente, características de personalidade que satisfazem os critérios para outros Transtornos da Personalidade, particularmente Transtorno da Personalidade Borderline, Histriônica e Narcisista.

A probabilidade de desenvolver um Transtorno da Personalidade Anti-Social na vida adulta é maior, se o indivíduo teve precocemente um Transtorno da Conduta (antes dos 10 anos de idade) e um Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade concomitante.

Abuso ou negligência dos filhos, cuidados parentais instáveis ou erráticos ou disciplina parental inconsistente podem aumentar a probabilidade de que o Transtorno da Conduta evolua para um Transtorno da Personalidade Anti-Social.

Características Específicas à Cultura, à Idade e ao Gênero
O Transtorno da Personalidade Anti-Social parece estar associado com baixa situação sócio-econômica e contextos urbanos. Foram levantadas considerações de que o diagnóstico poderia ser aplicado incorretamente, em alguns casos, em contextos nos quais um comportamento aparentemente anti-social pode fazer parte de uma estratégia protetora de sobrevivência. Ao avaliar os traços anti-sociais, é importante considerar o contexto sócio-econômico no qual os comportamentos ocorrem.

Por definição, o Transtorno da Personalidade Anti-Social não pode ser diagnosticado antes dos 18 anos. O Transtorno da Personalidade Anti-Social é muito mais comum em homens do que em mulheres. Tem havido alguma preocupação de que o Transtorno da Personalidade Anti-Social possa ser subdiagnosticado em mulheres, particularmente em razão da ênfase dada aos componentes agressivos, na definição do Transtorno da Conduta.

Prevalência
A prevalência geral do Transtorno da Personalidade Anti-Social em amostras comunitárias é de cerca de 3% em homens e 1% em mulheres.

As estimativas de prevalência em contextos clínicos têm variado de 3 a 30%, dependendo das características predominantes das populações amostradas. Taxas de prevalência ainda maiores estão associadas aos contextos de tratamento de abuso de substâncias e contextos forenses ou penitenciários.

Curso
O Transtorno da Personalidade Anti-Social tem um curso crônico, mas pode tornar-se menos evidente ou apresentar remissão à medida que o indivíduo envelhece, particularmente por volta da quarta década de vida.

Embora esta remissão apresente uma propensão a ser particularmente evidente com relação a envolver-se em comportamentos criminosos, é provável que haja uma diminuição no espectro total de comportamentos anti-sociais e uso de substâncias.

Padrão Familial
O Transtorno da Personalidade Anti-Social é mais comum entre os parentes biológicos em primeiro grau de indivíduos com o transtorno do que na população geral. O risco dos parentes biológicos de mulheres com o transtorno tende a ser maior do que para os parentes biológicos de homens com o transtorno.

Os parentes biológicos das pessoas com este transtorno também estão em maior risco para Transtorno de Somatização e Transtornos Relacionados a Substâncias. Dentro de uma família com um membro que apresenta Transtorno da Personalidade Anti-Social, os homens têm, com maior freqüência, Transtorno da Personalidade Anti-Social e Transtornos Relacionados a Substâncias, enquanto as mulheres têm, com maior freqüência, Transtorno de Somatização. Entretanto, nessas famílias, existe um aumento na prevalência de todos esses transtornos, tanto em homens quanto em mulheres, em comparação com a população geral.

Os estudos de adoções indicam que fatores genéticos e ambientais contribuem para o risco deste grupo de transtornos. Os filhos tanto adotivos quanto biológicos de pais com Transtorno da Personalidade Anti-Social têm um risco aumentado para o desenvolvimento de Transtorno da Personalidade Anti-Social, Transtorno de Somatização e Transtornos Relacionados a Substâncias.

Os filhos dados para adoção assemelham-se mais a seus pais biológicos do que a seus pais adotivos, mas o ambiente da família adotiva influencia o risco do desenvolvimento de um Transtorno da Personalidade e psicopatologia correlata.

Diagnóstico Diferencial
O diagnóstico de Transtorno da Personalidade Anti-Social não é dado a indivíduos com menos de 18 anos, e apenas é dado se existe uma história de alguns sintomas de Transtorno da Conduta antes dos 15 anos. Para indivíduos com mais de 18 anos, um diagnóstico de Transtorno da Conduta somente é dado se não são satisfeitos os critérios para Transtorno da Personalidade Anti-Social.

Quando o comportamento anti-social em um adulto está associado com um Transtorno Relacionado a Substância, o diagnóstico de Transtorno da Personalidade Anti-Social não é feito, a menos que os sinais de Transtorno da Personalidade Anti-Social também tenham estado presentes na infância e tenham continuado até a idade adulta.

Quando o uso de substâncias e o comportamento anti-social iniciaram na infância e continuaram até a idade adulta, tanto um Transtorno Relacionado a Substância quanto um Transtorno da Personalidade Anti-Social devem ser diagnosticados se os critérios para ambos são satisfeitos, embora alguns atos anti-sociais possam ser uma conseqüência do Transtorno Relacionado a Substância (por ex., venda ilegal de drogas ou furtos a fim de obter dinheiro para comprar drogas). O comportamento anti-social que ocorre exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco não deve ser diagnosticado como Transtorno da Personalidade Anti-Social.

Outros Transtornos da Personalidade podem ser confundidos com o Transtorno da Personalidade Anti-Social, por terem certas características em comum, de modo que é importante distinguir entre esses transtornos, com base nas diferenças em seus aspectos característicos.

Entretanto, se um indivíduo apresenta características de personalidade que satisfazem os critérios para um ou mais Transtornos da Personalidade além do Transtorno da Personalidade Anti-Social, todos podem ser diagnosticados. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social e Transtorno da Personalidade Narcisista compartilham uma tendência a serem insensíveis, volúveis, superficiais, exploradores e destituídos de empatia.

Entretanto, o Transtorno da Personalidade Narcisista não inclui características de impulsividade, agressividade e engodo. Além disso, os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social podem não necessitar tanto da admiração e da inveja dos outros, e as pessoas com o Transtorno de Personalidade Narcisista geralmente não possuem uma história de Transtorno da Conduta na infância ou comportamento criminoso na idade adulta.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social e Transtorno da Personalidade Histriônica compartilham uma tendência para a impulsividade, superficialidade e busca de excitação, sedução, irresponsabilidade e manipulação, mas as pessoas com Transtorno da Personalidade Histriônica tendem a ser mais exageradas em suas emoções e não se envolvem, caracteristicamente, em comportamentos anti-sociais. Os indivíduos com Transtornos da Personalidade Borderline e Histriônica manipulam para obter apoio, enquanto aqueles com Transtorno da Personalidade Anti-Social manipulam para obter vantagens pessoais, poder ou alguma outra gratificação material.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social tendem a apresentar menor instabilidade emocional e maior agressividade do que aqueles com Transtorno da Personalidade Borderline. Embora o comportamento anti-social possa estar presente em alguns indivíduos com Transtorno da Personalidade Paranóide, ele geralmente não é motivado por um desejo de obter vantagens pessoais ou de explorar os outros, como no Transtorno da Personalidade Anti-Social, mas é mais freqüentemente devido a um desejo de vingança.

O Transtorno da Personalidade Anti-Social deve ser distinguido do comportamento criminoso visando a ganhos financeiros, que não é acompanhado pelos aspectos de personalidade característicos do transtorno. O Comporta(listado na seção "Outras Condições que Podem ser Foco de Atenção Clínica", pode ser usado para descrever um comportamento criminoso, agressivo ou de outro modo anti-social, que chega à atenção clínica mas não satisfaz todos os critérios para Transtorno da Personalidade Anti-Social.
Os traços de personalidade anti-social constituem um Transtorno da Personalidade Anti-Social apenas quando são inflexíveis, mal-adaptativos e persistentes e causam prejuízo funcional significativo ou sofrimento subjetivo.


Critérios Diagnósticos para F60.2 - 301.7 Transtorno da Personalidade Anti-Social
A. Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
(1) fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção
(2) propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer
(3) impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro
(4) irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas
(5) desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia
(6) irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras
(7) ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa
B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
C. Existem evidências de Transtorno da Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
D. A ocorrência do comportamento anti-social não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Gravidez na Adolescencia

Gravidez na Adolescência

“Crise significa um período temporário de desorganização, precipitado por mudanças internas ou externas. Pode-se afirmar que tanto a adolescência quanto a gravidez são uma crise. A primeira necessária e imprescindível para o crescimento do indivíduo enquanto ser humano; já a segunda, é uma opção, pode-se escolher o momento de viver a gravidez.”

A adolescência caracteriza-se por grandes questões, como: a busca por uma identidade que possibilite a passagem da fase infantil para a adulta, a explosão de novas sensações corporais, a afirmação da escolha sexual, o ingresso da vida profissional, a problemática da dependência dos pais… Acrescer a estas questões um grande mudança de identidade, uma transição existencial como é a gravidez, torna a situação bastante complexa.

O envolvimento de pais e amigos é inevitável. A gravidez na adolescência abrange uma rede de relações e preceitos sociais, portanto, é uma crise sistêmica.

Mas como comportaram-se os atores deste cenário?

A Sociedade

Apesar da sociedade ter criado tantos meios de informação sobre sexo, é elevado o número de adolescentes que engravidam. A maioria dos pais preferem educar seus filhos sobre a sexualidade como foram educados, com repressão e silêncio. Acreditam que se falarem abertamente sobre o assunto, podem despertar o adolescente precocemente para a vida sexual.

Atualmente, a gravidez na adolescência não é mais sinônimo de tragédia, mas de muitos problemas. As famílias e os adolescentes convivem neste momento com os “fantasmas” do aborto e do casamento, carregados de todos os valores sociais que os cercam. Implicações financeiras e morais, desejos frustados com relação aos filhos, novas responsabilidades… Tudo ao mesmo tempo!

O Jovem

Tanto para moça como para o rapaz, a gravidez precoce é um acontecimento desestabilizador. Assumir a maternidade e a paternidade implica em condições emocionais, físicas e econômicas, para as quais eles não estão preparados. É angustiante a perspectiva de que suas vidas serão modificadas por completo.

Na gravidez, a mulher tem a oportunidade de repensar a própria infância e estriar um novo papel existencial. Para uma adolescente em processo torna-se confuso, pois ela ainda transita na infância e não tem uma identidade elaborada. A dependência da relação com à mãe ainda é muito forte, não permitindo que ela mesma encarne essa função com tranqüilidade e discernimento.

Apoio e responsabilidade

A maneira mais saudável para orientar a vida sexual dos adolescentes seria que os pais tivessem liberdade consigo próprios para poder informar e ouvir os filhos, e que desde cedo educassem a criança para responsabilizar-se por suas ações.

É importante que a família apoie, analise a situação e pense junto o que fazer diante da gravidez precoce. Que sejam estabelecidos os limites e responsabilidades de cada um, para possibilitar uma situação com menos conflitos e mais aprendizado.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pânico



Instinto na Idade de Razão
Os animais possuem uma variedade de respostas de orientação e defesa que lhes permitem responder automaticamente diante de situações potencialmente perigosas diferentes, de forma rápida e fluida. As sensações que envolvem fuga são profundamente diferentes daquelas de congelamento ou colapso.
Estou de acordo com Beck quando diz que o pânico e a ansiedade pós-traumática tem em comum "a experiência de medo com a percepção de inescapabilidade." Eu percebi com meus pacientes, e depois confirmei pela análise etologica dos comportamentos da presa do predador, que a experiência singular de ansiedade traumática de pânico que Beck menciona só acontece onde as respostas defensivas normalmente variadas e ativas foram mal-sucedidas, isso é, quando uma situação é perigosa e inevitável. A ansiedade, na forma de pânico patológico (algo distinto da ansiedade como sinal), representa o fracasso profundo das estruturas defensivas inatas do organismo em mobilizar o indivíduo permitindo que escape das situações ameaçadoras de forma ativa e bem sucedida.
Onde a fuga é possível, o organismo responde com um padrão ativo e positivo de resposta. Tem a experiência contínua de perigo, corrida, e fuga. Quando, em um estado ativado, a fuga é completada, não há ansiedade. Em lugar disso é experimentado um senso fluido de "competência biológica".
Onde os comportamentos defensivos são mal-sucedidos, a ansiedade é gerada. É quando as formas ativas de resposta defensiva são abortadas e incompletas que o estado de ansiedade aparece.
Sob a etiqueta monolítica de "ansiedade" se camuflou uma riqueza de sensações incompletas e identificáveis, de respostas somáticas e sentimentos corporais variados. Estas experiências do corpo representam a resposta do indivíduo moldada pela experiência passada, mas também pelo seu "potencial genético", na forma de respostas defensivas irrealizadas. O reconhecimento de que a orientação instintiva e os comportamentos defensivos são padrões motores organizados, quer dizer, atos motores preparados (condicionados de forma inata), ajuda a devolver o corpo à cabeça. A ansiedade deriva do fracasso em completar atos motores.
No final das contas, temos apenas um medo, o de não poder lidar com aquilo que nos assusta, o da nossa própria incapacidade de dar conta. Sem respostas ativas e defensivas disponíveis não podemos lidar efetivamente com perigo e, nessa medida, ficamos ansiosos.

O impulso de correr é experimentado como sentimento de perigo, enquanto a corrida bem sucedida é experimentada como fuga (e não ansiedade!).
A palavra fear vem do termo inglês arcaico para perigo, enquanto ansioso deriva da raiz grega ânsia, significando pressionar, apertado ou estrangular. Nossa fisiologia e psique são constritas precipitadamente na ansiedade. A resposta se restringe à fuga desesperada, o contra-ataque furioso, ou gelar-se e desmoronar.

Em resumo, quando a orientação normal e os recursos de fuga defensiva não conseguem solucionar a situação, a vida mantém o equilíbrio com a fuga não-dirigida, a fúria ou o colapso. Raiva e terror-pânico são estados emocionais secundários da ansiedade que são evocados quando os processos de orientação preparatória do perigo, sentimentos de orientação e preparação para fugir não são bem sucedidos, quando são bloqueados ou inibidos. Esta "contrariedade" resulta em congelamento e ansiedade-pânico.

Imobilidade e congelamento tônicos.
A ansiedade foi freqüentemente associada à fisiologia e experiência da fuga. A análise dos comportamentos de angústia em animais sugere que isto possa estar totalmente errado. A etologia (o estudo dos animais no seu ambiente natural) é contraria a visão da fuga como raiz da angústia-ansiedade. Quando atacado por uma chita nas planícies africanas, um antílope tentará primeiro escapar pela corrida orientada e dirigida. Porém, se o animal fugindo é encurralado de forma que a fuga é muito dificultada, poderá correr cegamente, sem uma orientação dirigida, ou tentar lutar de modo selvagem e desesperado contra as enormes desvantagens. No momento de contato físico, freqüentemente antes de o dano ser infligido de fato, o antílope parece morrer abruptamente. Não só parece morto, mas sua fisiologia autonômica sofre uma extensa alteração e reorganização. O antílope está na realidade altamente ativado interiormente, embora o movimento externo seja quase inexistente. Animais de presa são imobilizados dentro um contínuo (cataléptico-catatônico) padrão sustentado de atividade neuromuscular e alta atividade autonômica e de onda cerebral. As respostas simpática e parassimpática também são ativadas simultaneamente, como um freio e um acelerador, trabalhando uma contra a outra.
Na imobilidade tônica, um animal está ou no endurecimento congelado pela alta contração dos grupos musculares agonistas e antagonistas, ou num estado muscular continuamente equilibrado, hipnótico, que é chamado "flexibilidade ondulada." Neste estado as posições do corpo podem ser moldadas como no barro, como é visto em esquizofrênicos catatônicos. Também há um entorpecimento analgésico.
Neste estado o paciente pode descrever muitos de estes comportamentos tal como lhe acontecem. Porém, ele não está ciente das sensações físicas e sim do seu julgamento crítico autodepreciativo a respeito das sensações. É como se fosse necessário achar alguma explicação para as forças profundamente desorganizadoras que estão por baixo da própria inadequação percebida. O psicólogo Paul G. Zimbardo chegou a propor que a maioria das doenças mentais não representam um prejuízo cognitivo, mas uma (tentativa de) interpretação dos estados internos descontínuos ou “inexplicáveis”. A imobilidade tônica, a raiva assassina, e a fuga não dirigida são exemplo desses estados.

A imobilidade tônica demonstra que a ansiedade pode tanto autoprotetora como autodebilitante.
Luta, fuga e imobilidade são respostas adaptativas.
Quando a resposta de luta ou fuga é apropriada, congelar será relativamente maladaptativo. Quando congelar é apropriado, tentar fugir ou lutar pode ser maladaptativo. Biologicamente, a imobilidade é uma estratégia adaptativa potente quando a fuga ativa é impedida. Porém, quando se torna um padrão de resposta preferido em geral nas situações de ativação, é profundamente debilitante. A imobilidade é a experiência incapacitante e cristalizada da ansiedade e do pânico traumático. Porém, por baixo da resposta congelada estão a luta ou a fuga, e outras preparações de defesa e orientação que estavam ativadas antes do congelamento. Desmontar a ansiedade é possível na medida em que se restabelecem as respostas ocultas de luta ou fuga, e as outras respostas ativas de defesa que acontecem precisamente no momento antes da fuga ser impedida.

A chave no tratamento das reações de ansiedade e estresse pós-traumático é a princípio bastante simples: desacoplar a resposta de congelamento, normalmente aguda e limitada no tempo, da reativação de medo. Isto é realizado restabelecendo as respostas defensivas e de orientação pré-traumáticas progressivamente, as respostas que estavam em execução justo antes do inicio da imobilidade.
Na prática há muitas estratégias que podem ser utilizadas para realizar isto. O que as unifica é que elas são todas usadas na intenção de desestruturar a resposta de ansiedade restabelecendo recursos defensivos e de orientação. As necessidades e recursos de cada indivíduo estimulam uma solução única, criativa e adaptativa.



Sinergia que ativa o pânico:

• Os teóricos cognitivos acreditam que a distorção na avaliação cognitiva da situação e um elemento determinante nas reações de ansiedade.

• Para eles, a ansiedade é um sinal de perigo, que ativa os comportamentos defensivos necessários. Visão de cima para baixo, a cabeça decide o comportamento.)

• Soluções biológicas para O organismo responde de forma
situações de perigo imediata, precisa e diferenciada.

• A percepção do perigo e a avaliação da própria capacidade de responder são processos inconscientes.

• Os comportamentos defensivos são padrões motores organizados, atos motores preparados.

• Luta ou fuga resposta ativa senso de competência biológica
Impulso de correr..............experimentado como medo.
Corrida bem sucedida.........experimentado como fuga.

• Defesa impossível
 congelamento temporário (ativação simultânea dos ramos simpático e parassimpático).
 congelamento permanente. Ansiedade (respostas incompletas ou abortadas).

• Ansiedade
atividade desorganizada de fuga não dirigida.
atividade desorganizada de contra-ataque furioso.
congelamento (ativação simpática e parassimpática simultânea,
entorpecimento analgésico, endurecimento ou flexibilidade ondulada)

• Em estado de ansiedade não há consciência das sensações, mas do juízo crítico a respeito delas: tentativa de encontrar sentido no estado interno descontinuo, desorganizado e inexplicável.

• Proposta terapêutica: desacoplar o congelamento da ativação. Por baixo do congelamento estão a luta, a fuga e as outras respostas de orientação defensivas que estavam em execução antes de congelar.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Puberdade





O que é a puberdade?

A puberdade é um período que ocorre mudanças biológicas e fisiológicas, é neste período que o corpo torna-se maduro e os “adolescentes” ficam capacitados para gerar filhos. Ela não deve ser confundida como sinônimo da adolescência, visto que a puberdade faz parte da adolescência.
Nesta fase, são observadas mudanças tais como: crescimento de pêlos pubianos, crescimento dos testículos e aparecimento das mamas.

O início da fase da puberdade é variável de pessoa para pessoa, frequentemente para o sexo feminino é entre os nove e treze anos de idade e para o sexo masculino entre 10 e 14 anos de idade. Este processo pode ser observado nos diferentes setores dos organismos, alguns mais evidentes do que em outros, como o aumento do peso e da altura e à maturação sexual.
No período da puberdade, o hormônio hipotálamo ordena ao outro hormônio, a hipófise, o aumento de gonadotropinas que são liberados durante o sono, que ao se desencadearem, realizam a produção dos hormônios sexuais.
Os hormônios sexuais se diferem para os homens e as mulheres, mas não são totalmente exclusivos de cada sexo, nos homens, os testículos secretam entre outros hormônios, a testosterona e nas mulheres, o ovário fabrica o estrógeno.
As gônadas e as supra-renais de ambos os sexos produzem o estrógeno e testosterona, mas é variável a quantidade. As características biológicas são universais e ocorrem de forma semelhante em todos os seres humanos.

Puberdade atrasada

Em algumas meninas a partir dos 13 anos de idade e em meninos a partir dos 14 anos de idade, ocorrem à ausência de qualquer característica sexual, neste caso é considerado a puberdade atrasada, neste caso alguns especialistas aconselham a procura de um profissional adequado para acompanhar os casos de puberdade.

Puberdade precoce

É quando as características pertencentes às meninas ocorrem antes dos 8 anos de idade e nos meninos antes dos nove anos.

Período de Puberdade Masculina

A puberdade nos meninos começa por volta dos 11 ou 12 anos e é caracterizado por um período de intensas mudanças, como o crescimento dos pêlos e pênis e o aumento de tamanho dos testículos.
Nesta fase ocorre a primeira ejaculação, sendo que esta pode ocorrer durante o sono ou até mesmo resultante da masturbação, acontecem também a ereção espontânea, sem que o pênis seja estimulado ou mesmo tocado.

As principais características das mudanças são:

- surgimento de pêlos nos púbis, nas axilas e no peito;
- aumento dos testículos e do pênis;
- crescimento da barba;
- voz grossa;
- ombros mais largos;
- aumento da massa muscular;
- início da produção de espermatozóides;
- aumento do peso e da estatura.


Período de Puberdade Feminina

A puberdade nas meninas começa por volta dos 9 ou 10 anos e é caracterizado pela primeira menstruação e o desenvolvimento dos órgãos genitais e da mamas.
A primeira menstruação ocorre por volta dos 12 anos, ou antes, pois dependem de fatores genéticos, raciais, nutricionais e outros.

As principais características são:

- alargamento dos ossos da bacia;
- início do ciclo menstrual;
- surgimento de pêlos nos púbis e nas axilas;
- depósito de gordura nas nádegas, nos quadris e nas coxas;
- desenvolvimento das mamas.


A puberdade também mexe com o emocional dos adolescentes e também em seu comportamento, principalmente em seu desejo sexual.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

COMPULSÃO

Sexo, comida, exercício e compras, entre outras atividades tidas como normais e rotineiras, vêm se transformando na principal causa de preocupação de pessoas que se consideram "viciadas" em algumas delas.

Para psiquiatras, psicanalistas e antropólogos ouvidos pela Folha, mudanças sociais nas últimas décadas e o próprio avanço da medicina ajudam a explicar o fenômeno. Estaríamos vivendo uma nova era, na qual o que tradicionalmente se chama de "vício" ganhou maior amplitude, novos diagnósticos e passou a despertar crescente interesse de terapeutas, da indústria farmacêutica, da sociedade e também de governos. "Vício" é uma palavra em geral evitada pelos especialistas, por sua conotação moral negativa. Eles preferem o termo "dependência", quando se trata de drogas, e "compulsão", para designar distúrbios como a irrefreada e repetida "vontade" de fazer compras ou de praticar sexo. O problema não está em querer consumir ou ter relações sexuais, mas em viver quase exclusivamente para isso. Nesse caso, um impulso particular sobrepõe-se a todas as demais atividades que a pessoa possa --ou mesmo queira-- fazer.

Os tipos compulsivos, segundo o psiquiatra Marcos Ferraz, são caracterizados pela perda da liberdade. Com os progressos na explicação desse mecanismo, o viciado passou da condição de culpado para a de vítima, seja do meio social, seja da genética.

Mecanismos iguais

De acordo com Rodrigo Bressan, professor de pós-graduação em psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), os mecanismos cerebrais que determinam a dependência de drogas e as compulsões comportamentais são muito semelhantes --têm a ver com a perda de possibilidade de escolha. Em ambos os casos, a pessoa não pode mais ficar sem determinada substância --seja ela o cigarro, o álcool ou uma droga ilícita-- ou sem repetir uma ação ou um comportamento.

O número de viciados, seja em drogas, seja em comportamentos, vem se acelerando desde o fim dos anos 70. Para o psiquiatra e psicanalista Joel Birman, professor titular do Instituto de Psicologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), esse aumento é uma conseqüência das novas exigências da sociedade dita pós-moderna.

Segundo o psicanalista, essa sociedade exige cada vez mais das pessoas em todas as áreas, mas elas nem sempre estão preparadas para responder a tal demanda. Uma profusão de estímulos, geralmente na forma de imagens (TV, mídia, publicidade), bombardeia os indivíduos, que muitas vezes têm dificuldades de elaborá-los. "Sentimo-nos possuídos por uma excitação da qual não conseguimos dar conta", diz Birman. O resultado desse processo é o que o psicanalista chama de "excesso de excitabilidade".

A sociedade também impõe uma competição acirrada entre personalidades exibicionistas e autocentradas. Cada indivíduo precisa buscar sempre o máximo desempenho. Quem não consegue lidar com o excesso de excitabilidade nem se adaptar a essa "cultura do narcisismo" pode sucumbir, diz Birman.

Diante de tal ameaça, ocorrem reações: o excesso de excitabilidade se converte em perturbações psicossomáticas, síndrome do pânico ou depressão. Para fugir de situações como essa ou lidar com elas, a pessoa começa a comer muito, jogar ou se drogar.

A compulsão por drogas possui uma característica peculiar. Algumas delas alteram a personalidade de tal forma que permitem melhorar o desempenho social de forma momentânea. O sujeito inadaptado, que normalmente não teria chance numa sociedade que exige performance, pode encontrar na droga um meio, à primeira vista, viável de integração.

O desejo

O psicanalista Contardo Calligaris, no entanto, faz uma ponderação no que se refere ao tratamento e à atenção dada hoje aos chamados "vícios modernos", as compulsões. Ele preocupa-se com o fato de que cada vez mais comportamentos venham sendo tratados como vícios. "Seguindo essa lógica, qualquer comportamento que a gente goste e repita assiduamente, apesar de riscos e contra-indicações, seria uma toxicodependência."

Calligaris considera que a utilização do modelo explicativo da dependência de drogas para descrever outros comportamentos pode ser apenas uma desculpa para evitar um fato incômodo: às vezes as pessoas desejam coisas de que se envergonham, que as prejudicam, que as perturbam. Em vez de assumirem que desejam algo considerado "errado", podem atribuir esse desejo a desequilíbrios químicos que alguma pílula supostamente poderia curar. "Há uma diferença radical entre uma toxicomania e essas condutas", diz Calligaris.

Tudo a mesma droga?

Ao falar de "droga", especialistas não se referem apenas às substâncias ilegais, mas também às legais, como o álcool e até mesmo remédios psiquiátricos, conhecidos como psicofármacos. De acordo com Birman, muitas vezes não existe diferença entre quem usa antidepressivo, ansiolítico ou cocaína: todos eles querem melhorar seu desempenho diante das exigências da sociedade pós-moderna.

O psiquiatra e psicanalista Durval Mazzei Nogueira Filho, especialista no tratamento de dependentes de drogas e autor do livro "Toxicomania", concorda e aponta um novo problema: o aumento do consumo de remédios psiquiátricos.

Isso significa que um número cada vez maior de pessoas deprimidas está recebendo tratamento e deixando de sofrer, mas, segundo Mazzei, é preciso lembrar que a diferença entre os remédios e as drogas ilícitas é bem menor do que muitos supõem.

Em geral, os medicamentos não instauram uma suposta normalidade na química cerebral, mas criam um estado psíquico novo. "Esses remédios agem na mesma região cerebral que recebe o impacto das drogas, o sistema de gratificação e recompensa. Mas o medicamento não atua nos mecanismos íntimos da doença, mesmo porque ninguém sabe quais são eles", afirma.

Mazzei não deixa de receitar remédios quando considera necessário, mas se irrita com o fato de esses remédios serem periodicamente anunciados pela mídia como solução para todos os males. Para Jair Mari, professor de psiquiatria da Unifesp, que atende dependentes químicos, a depressão muitas vezes leva algumas pessoas a buscar as drogas. "Para esses casos, o auxílio de remédios e a psicoterapia podem solucionar o problema", diz. Antidepressivos podem, ainda, funcionar como um substituto para algumas drogas, como a cocaína. No entanto o uso de remédios não é unanimidade entre os médicos. O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor da Uniad (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas), da Unifesp, afirma que, "se esse uso fosse simples, o problema da dependência de drogas já estaria resolvido".

Os caminhos da cura

Não há um caminho único para quem quer se livrar da dependência ou compulsão. A ajuda vinda dos grupos de anônimos, de psicoterapeutas e até dos bancos das igrejas, ao lado dos remédios recomendados por psiquiatras, podem ajudar uma pessoa a se recuperar do vício.

Formado em 1935 nos Estados Unidos, os Alcoólicos Anônimos, segundo a própria entidade, têm cerca de 2 milhões de membros no mundo. Só na cidade de São Paulo, existem mais de 200 grupos de ajuda --além dos alcoólicos, há grupos para narcóticos, comedores compulsivos e dependentes de sexo, entre outros.

Em suas reuniões periódicas, as pessoas trocam experiências e encontram apoio de outras com os mesmos problemas. "O grupo funciona como uma segunda família", diz o sociólogo Leonardo Mota, autor de um livro sobre os Alcóolicos Anônimos.

As técnicas dos anônimos, no entanto, são alvo de críticas. O psicanalista e psiquiatra Maurício Gadben, que defendeu tese de doutorado sobre dependentes na Unicamp, critica os anônimos por só atacarem os sintomas da dependência. O psiquiatra Jairo Werner, coordenador do grupo de estudos sobre tratamento de alcoolismo da Universidade Federal Fluminense, diz que falta aos grupos diagnóstico médico. "Muitos dos que os procuram precisariam de auxílio especializado", afirma. Ainda assim, profissionais de saúde não questionam a validade dos anônimos. Ao contrário, recomendam aos seus pacientes que os freqüentem. O psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, presidente do Grea (Grupo de Estudos de Álcool e Drogas, da USP), é um deles. A psicóloga Maria Paula Oliveira, uma das fundadoras do Ambulatório do Jogo Patológico do Proad, da Unifesp, concorda. Ela diz que os anônimos tiram dos dependentes o sentimento de onipotência. Nos grupos, eles precisam admitir que são incapazes de controlar seus impulsos e que um "poder superior" os orienta.

Religião pode viciar

Outro caminho para livrar-se da dependência é a religião. Muitas delas oferecem tratamentos para diversos tipos de vício. A Igreja Católica, por exemplo, criou, em 1998, a Pastoral da Sobriedade. A entidade segue o modelo dos 12 passos dos anônimos.

O professor de sociologia da USP Flávio Pierucci afirma que as religiões usam o tratamento para conquistar fiéis. Dom Irineu Danelon, coordenador da Pastoral da Sobriedade em São Paulo, admite a catequese na pastoral e é taxativo: "Não há recuperação sem evangelização".

Participante das reuniões da pastoral desde a fundação, Valmir, ex-dependente de cocaína, diz que só conseguiu abandonar as drogas com a religião. "Freqüentei reuniões do Narcóticos Anônimos, mas vi que ficaria dependente delas. Só com Deus consegui ser independente."

Algumas pessoas trocam uma compulsão por outra, tornando-se fanáticas por religião, segundo o psiquiatra Edmundo Maia. Dom Irineu Danelon admite que algumas pessoas exageram. "As pessoas devem agradar a Deus pelo estilo de vida que levam, e não apenas pela palavra."

A dependência no divã

Enquanto nos anônimos e nas igrejas os dependentes contam experiências sem ser questionados, nos tratamentos psicoterápicos eles falam de assuntos que nem sempre abordariam sem estímulo. "Nas terapias de grupo, todo mundo conversa, se questiona. O terapeuta sempre aponta questões", afirma a psicóloga Maria Paula Oliveira. Há duas diferentes abordagens para o tratamento psicoterápico, segundo a ONU: a behaviorista e a psicodinâmica. Na primeira, o terapeuta acredita que o comportamento compulsivo decorre de falha no aprendizado. O paciente precisa aprender a se comportar de outra forma. Werner, da UFF, compara o aprendizado ao de línguas. "O dependente precisa aprender outra linguagem que não a das drogas." A psicodinâmica aborda a questão do vício como reflexo de conflitos internos surgidos na infância e que precisam de solução. Eliseu Labigalini, psiquiatra do Proad, afirma que a terapia é longa e, às vezes, difícil, por obrigar o paciente a se questionar.

Internações

Quando o dependente já tentou parar de várias formas e não conseguiu, a saída pode ser a internação, afirma José Galduróz, psiquiatra do Cebrid, da Unifesp.

Ela, no entanto, não significa o fundo do poço. Segundo José Antônio Zago, psicólogo do Instituto Bairral (clínica psiquiátrica que atende dependentes), boa parte dos internos tem emprego e apoio da família. O jornalista Carlos, por exemplo, ainda trabalhava quando foi internado pela primeira vez, em 2001. Só em 2004, por causa de uma recaída, perdeu o emprego.

As clínicas combinam, em geral, o uso de remédios com psicoterapia e terapia ocupacional. Algumas usam também os 12 passos dos anônimos e o auxílio da religião.

De todos os tratamentos, dizem os especialistas ouvidos, o melhor é aquele ao qual o dependente se adapta, que pode ser a simples vontade de parar ou todos juntos.


Fonte:(folha online)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

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