RELIGIOSIDADE OU TRANSTORNO PSIQUIATRICO?






A mente humana e os transtornos Histriônicos(histéricos).

O transtorno histriônico (F60.4), antigamente denominado histeria, tem por características o seguinte: Afetividade superficial e lábil, dramatização, teatralidade, expressão exagerada das emoções, sugestibilidade, egocentrismo, autocomplacência, falta de consideração para com o outro, desejo permanente de ser apreciado e de constituir-se no objeto de menção, tendência a se sentir facilmente ferido. Este foi o primeiro transtorno objeto de estudo feito por Freud - a histeria. A histeria, embora em escala menor, por força da diminuição da castração formal e do controle social e moral menos radical, continua presente na sociedade de modo atualizado, mais intenso.
O histriônico ou histérico é capaz de configurar um conjunto de sintomas capazes de parecer psicogênico(psiquiátrico) ou religioso(invasão de entidades ou espiritualidade positiva). No primeiro caso, qualquer médico, psicanalista ou psicólogo diagnosticará com facilidade. No caso dos cléricos, nem tão fácil será.
Se por um lado, o transtorno histriônico não será confundido pelos profissionais de saúde com as psicoses, contudo será objeto de equívoco por parte de muitos dentre os que dão tratamento religioso, independente do tipo, se cristã católica, protestante ou espírita. Confundirão com manifestações espirituais e promoverão exorcismo ou orientarão trabalho para "desenvolver". Nesse caso, os tais carecem de conhecimento específico para o diagnóstico, para orientação de tratamento, que no caso, cabe à Psicanálise, e não à Psiquiatria, como parece.

A ignorância crédula X conhecimento incrédulo.

O subtítulo que passo a considerar é terrível. Na verdade as duas coisas são deploráveis. Não se trata de manejo de palavras e sim de fatos. Fatos que todos podemos constatar, tanto nos meios religiosos, que espiritualizam tudo, que procuram explicações no metafísico para tudo, quanto nos meios acadêmicos, que por força do "cientificismo" releva tudo que não pode ser controlado ou explicado cientificamente, ainda, como inexistente. São os extremos que dão no mesmo.
No primeiro domínio, a ignorância crédula, corresponde ao exercício da fé sem fundamentação, sem base, sem verdade, que abomina a necessidade de comprovação, que considera o mundo apenas pela ótica do sobre-natural. Aliás, é bom que se esclareça - o sobre-natural é tão somente o natural que ainda não conhecemos. Tudo que existe, ocorre, funciona, terá que ter uma explicação lógica e natural... em algum momento da história a teremos. Pois bem, as religiões, principalmente as facções contemporâneas, produto de uma sociedade decadente, necessitada, quase miserável, as que fazem da sua bandeira o atender e cuidar dos pobres e necessitados, optam pela área, sem o saber, quantas vezes das patologias mentais, pois são as que mais se confundem com o espiritual. É muita fé e pouco ou nenhum conhecimento. É a ignorância crédula. Tanto fazem parte desse contigente pessoas social e intelectualmente limitadas, quanto os seus líderes são produzidos, tendo como condição primaz o ser limitados, desinformados, etc., sem falar nos desprovidos de caráter.
Quanto ao segundo polo, o conhecimento incrédulo, é igualmente problemático. São os intelectuais da saúde mental que não crêem em nada. São igualmente grandes problemas, pois os extremos estão sempre equivocados. A ciência nunca será o bastante. Até para aceitar a ciência é necessário fé. Igualmente há, nas coisas espirituais, componentes científicos singulares.
Qual é o problema? O problema está no fato de que um lado desdenha o outro. Um menospreza o domínio do outro. O que certamente cooperaria para o bem estar do povo seria um trabalho articulado, onde tanto a saúde quanto a religião abrissem mão dos seus dogmas e dessem as mãos. Não teríamos transtornados mentais tratados como tendo problemas espirituais, nem estes últimos como sendo doentes mentais Todos ganharíamos, com certeza.

As religiões como potencializadoras ou desencadeadoras dos transtornos mentais psiquiátricos.
E pela responsabilidade cientifica que nos é dada como profissionais da saúde mental, não podemos permitir que haja interferencia das religiões nos casos extremos e diagnosticados como transtornos mentais, para beneficiarmos nossos pacientes, trabalhar com os mesmos com a realidade, haja vista que muitos de nós vivemos a experiencia de trabalhar em hospitais psiquiatricos e boa parte dos pacientes ali tratados foram abandonados por suas familias e igrejas.

Não é verdade que todos os cientistas não tenham crença, outrossim lembro que muitos são realmente agnósticos, o que significa crer em algo, entretanto esse algo pode ser no proprio ser humano, ou em algo superior a nós.

Muitos desses doentes mentais submetidos a processos religiosos, sugestionados, pressionados, forçados a um sistema, terão o agravamento do quadro.

Outrossim, o que dizermos das pessoas que têm problemas espirituais e são tratadas como doentes mentais?De igual modo, a conduta médica tornará "crônica" a questão espiritual que poderia ser resolvida com critério, respeito, pelos procedimentos religiosos. De qualquer maneira, sempre haverá um prejudicado quando não se conduz a pessoa para o suporte certo e um prejudicador, pela ignorância ou pelas "boas intenções" mal fundamentadas.

Somos tão inconsequentes como à 2009 anos, impomos as nossas crenças, morremos por elas.
O oriente médio continua sendo destruido todos os dias pelos judeus e muçulmanos. Hitler matou milhões de judeus, os Judeus cruscificaram Jesus Cristo. Os evangélicos, católicos, tão cheio de preconceitos.
E tudo isso definitivamente não está escrito no alcorão, no torá, nem no antigo e novo testamento.


Bibliografia:


http://prfernandopaula.blogspot.com/2005/04/transtorno-psiquiatrico-na-religio.html

Postagens mais visitadas deste blog

Narcisismo - Alguns sintomas

Transtorno da conduta e comportamento anti-social

CINEMA ALEMÃO E A PSICANÁLISE