Transtorno de Personalidade Borderline




O transtorno borderline, geralmente leva mais de 10 anos para ser diagnosticado.

O Transtorno da Personalidade Borderline caracteriza-se por instabilidade emocional, desregulação afetiva, sentimentos intensos polarizados em tudo ótimo e tudo ruim, angústia de abandono e angústia de invasão que acabam levando a muitos comportamentos impulsivos e perigosos.

Cura é uma palavra comum na medicina, porém, no campo dos Transtornos da Personalidade não é propriamente empregada, pois se acredita que o tratamento tem por objetivo o desenvolvimento emocional ou da personalidade. Se quisermos considerar somente os sintomas, podemos dizer que melhoram consideravelmente com tratamento adequado.
Segundo várias pesquisas, os tratamentos incluem preferencialmente as diversas formas de psicoterapias desde as psicoterapias psicodinâmicas até psicoterapias cognitivo-comportamentais. A medicação deve ser utilizada como adjuvante ao tratamento psicoterápico. Em casos graves muitas vezes há necessidade de internação hospitalar ou participação em Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
A família pode ajudar no tratamento?
Sim, principalmente nos Transtornos de Personalidade Borderline. A família deve participar do tratamento mesmo que muitas vezes esteja a ponto de desistir do paciente. Como as relações interpessoais são o centro deste transtorno, é na família que encontramos as manifestações mais evidentes.
O paciente precisa tomar medicamentos?
Sim, se o psiquiatra tomou essa conduta. Lembre-se que em nosso ambulatório há uma parceria importante entre o psiquiatra e o psicoterapeuta.
Principais características:
O transtorno é caracterizado por instabilidade emocional.
 Impulsividade.
 Manifestações inadequadas de raiva.
 Baixa autoestima.
Tendência ao suicídio. Podendo variar esse quadro ao uso de bebidas ou drogas ilícitas, ou se tornar um agressor.
 Insegurança.
 Não aceitar críticas e regras.
 Intolerância a frustrações.
Medo pelo abandono.
O portador do transtorno tende a ter seus relacionamentos sempre intensos.
Tendência a teatralidade.
São confusos e desorganizados. Mudam seus conceitos sobre as pessoas e seus sentimentos de forma muito rápida, tendo suas qualidades anteriores, atualmente desvalorizadas.  Por serem narcisistas e não terem muita ideia de quem são, portanto valorizam sempre só as suas necessidades.
Os Indivíduos com TPEIB podem ser incomodados por sentimentos de vazio crônicos, sentimentos de rejeição e abandono, não importando se isso é real/verídico ou fantasioso.
Os primeiros sintomas tendem a aparecer durante a adolescência, persistindo geralmente por toda a vida.
As mulheres fazem parte de um universo mais representativo dos portadores deste  transtorno. A fase inicial pode ser desafiadora para o paciente, seus familiares e terapeutas.  Muito mais por questões sociais  e da maneira que foram educados pelas suas famílias.  
A maioria dos casos a severidade do transtorno diminui com o tempo.
Como os sintomas tornam-se perceptíveis, a família costuma supor que a rebeldia, a impulsividade, o descontrole emocional, a instabilidade e a diferente percepção de valores são típicas da idade, não fazendo ideia de que estão diante de um distúrbio grave. São pessoas com um grau de afetividade muito grande sobrevalorizando as situações, sendo as boas vistas como excelentes e as ruins como péssimas.
Existem graus em todas as doenças Psiquiátricas, portanto não podemos classifica-las da mesma maneira.
É necessária a internação? Quando?
Infelizmente a internação pode ser necessária. O internamento psiquiátrico é visto como um recurso existente, importante e válido principalmente quando os sintomas apresentados são graves o bastante para colocar em risco a integridade física do paciente e de seus familiares. Para os casos mais graves, como o tempo de resposta ao tratamento psicoterápico é lento, a proteção do paciente e de seus familiares justifica a utilização de um ambiente protegido e seguro. Seu familiar nem sempre poderá proporcionar este quadro em domicilio evidenciando a necessidade do tratamento em regime hospitalar.
(Dr. João Luiz da Fonseca Martins)

Cuidado com pessoas  manipuladoras emocionais! Eles podem estar mais perto do que você imagina. Podem ser seus melhores amigos, familiares ou ser até sua noiva! Eles se alimentam da atenção alheia e jogarão os jogos mais sujos para consegui-la. Farão você pensar que o mundo realmente gira em torno deles (inclusive você), e farão você andar sobre a linha que eles traçarem. Caso em algum momento você resolva sair da linha, quer dizer, caso lembre de que você ainda tem vida e vontade próprias, eles farão você acreditar que está errado, e que na verdade você deve mais atenção a eles ainda. Mas na verdade eles são doentes!
Patologia (sim eles são doentes)
Segundo o DSM_IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), estes indivíduos sofrem de um Transtorno de personalidade, se enquadrando no Cluster/Grupo B (transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregulares). Nas palavras da Wikipédia, pessoas deste grupo são descritas assim:
"Manipuladores, rebeldes, com tendência a quebrar regras e rotinas, irritantes, "maus", inconstantes, impulsivos, dramáticos, sedutores, imprevisíveis, egoístas e muito intolerantes às decepções. Neste grupo, os sintomas inflexíveis dos distúrbios afetam muito mais as pessoas em sua volta, do que o próprio indivíduo.”.
Existe uma série de transtornos de personalidade em que se enquadram os indivíduos deste grupo.
Transtorno de personalidade limítrofe Um dos transtornos comuns de indivíduos deste grupo é o Transtorno de personalidade limítrofe ou borderline.
Este transtorno é caracterizado, entre outros, pela desregulação emocional: (fonte Wikipédia).
"O indivíduo borderline é geralmente visto como "genioso", temperamental, "de lua" e pessoas que facilmente se embravecem." Caracteristicamente, têm dificuldades no controle das emoções e podem ter uma convivência em grupo particularmente complicada. Eles exigem toda a atenção do mundo para si e facilmente são tomados pelas emoções. Podem arranjar conflitos com namorados e familiares com grande demonstração de ciúmes, possessividade e medo de serem abandonados. E ainda com tanta exigência de atenção, armam confusão com notáveis explosões de raiva como agressividade, ironia, xingamentos e até demonstrações físicas de violência. Por isso, podem viver a criar casos com pessoas de sua intimidade.
Pessoas com esse distúrbio, de maneira geral, são superficialmente adoráveis e simpáticos. Porém, com pessoas de sua grande intimidade (ex.: familiares) eles são vistos como irritantes, agressivos, mal-humorados, rebeldes. Tanto que o ambiente intrafamiliar é muitas vezes marcado por brigas e conflitos constantes. (...)
Ao longo de um dia, eles podem mudar de humor várias vezes. Podem ser tidos como aqueles que de manhã estão bem, à tarde de sentem-se raivosos, e à noite depressivos, por exemplo. Como se sentem irritadiços por motivos banais, pode tratar hora bem, hora mal aqueles que convivem com ele, sendo que os conviventes não conseguem entender exatamente o motivo que causou a mudança radical de humor e conduta do borderline. “Portanto, medo, repulsa e raiva são emoções frequentes que pessoas borderline produzem em pessoas de sua grande intimidade.”
Eles se apresentam como as pessoas mais simpáticas do mundo. Você facilmente gosta deles. Você decide viver com eles pro resto, da sua vida. Sorria! Você está sendo manipulado! E enganado! Eles são incapazes de estabelecer relações de afeto mais profundas devido ao sua instabilidade emocional. Eles não sabem se entregar. Não admitem estar vulneráveis pois, não conseguem lidar com adversidades nem decepções. Eles vão culpar o mundo por seus problemas, vão sugar a sua atenção, e vão te manipular quando você não puder dar 101% dela a eles.
Outra característica clássica do borderline é a instabilidade: (fonte Wikipédia)
“São pessoas muito instáveis em” todos os aspectos de sua vida; seus relacionamentos íntimos são muito caóticos, com tendência a terminar abruptamente de forma explosiva, pois eles são marcados por períodos de grande idealização e grande desvalorização, esforços exagerados para evitar a perda, chantagens emocionais e possessividade. (...)
O paciente borderline apresenta em todos os aspectos de sua vida a "difusão de identidade" que pode ser descrita como a recusa em considerar outros tempos e outras diferentes situações, dando prioridade à situação presente e atitudes imediatas (importam-se mais com o agora). Seria como se tivessem uma "amnésia" das situações e atitudes anteriores. Assim, forma-se a instabilidade entre os extremos “bons e maus” (8 ou 80, branco ou preto, mas nunca o meio-termo). (...) Por exemplo, o borderline ao perceber que a pessoa amada está com ela, ele tende a classificá-la como "ótima", ideal e sente-se fortemente apaixonado e feliz. No entanto, se a outra pessoa anuncia que tem de ir embora, por exemplo, o paciente rapidamente passa da grande idealização ("ótima") para a grande desvalorização ("péssima"), desprezando a história em que passaram. Se o cuidador retorna, novamente a pessoa é passada do extremo "péssima" para "ótima". Isto evidencia a grande instabilidade entre os extremos cujas pessoas borderline sofrem. (...) Exemplificando, de modo geral, a borderline é aquela jovem que valoriza demais o namorado. Contudo, por menor que seja a contrariedade, já acha que ele não presta mais. Também acontece quando a limítrofe liga para a amiga. “Só porque esta não pôde atendê-la naquela hora, a borderline já acredita que não é amada e depois agride a amiga de não dar devida importância a ela.”
E aí? Identificou-se com algum dos exemplos? É meu amigo, eles são exímios manipuladores emocionais. Experimente não atendê-los quando eles quiserem. Tá feito o estrago! Quando chegar a casa o bicho vai pegar! Ou em outra situação? Já falou que hoje precisava ficar em casa porque não estava se sentindo bem e, no outro dia, o borderline te chamou pra discutir a relação, dizendo que as coisas estavam mudando, que você não o amava mais?
Outra característica, Narcisismo e agressividade: (fonte Wikipédia).
“São indivíduos tão exigentes e imprevisíveis que assim tendem a afastar todos aqueles que o cercam”. (...) são pessoas que não têm necessidade, eles têm urgência. Não sabem adiar e não aguentam esperar. (...) Eles irritam-se facilmente por coisas banais. Por isso, apesar do borderline conseguir demonstrar certa "normalidade" em várias situações triviais, eles exibem escandalosamente a incapacidade em controlar sua raiva (ex.: acessos de mau humor por ter que esperar a ser atendido no hospital. Ou tratar grosseiramente o médico). Em suma, eles reagem normalmente até o momento em que seu humor radicalmente muda. (...)
“Eu os agrido, vocês me devem, vocês precisam fazer tudo por mim e eu nada por vocês” é frequentemente um lema em mente das pessoas borderline. Quase nunca eles se importam com as necessidades alheias, porque tendem a priorizar as suas. (...) exigem toda a atenção, paciência e carinho para si mesmos ("Você tem que me tratar sempre bem.") e pouco retribuem ("Eu te maltrato, mas você não pode me maltratar, apenas me dar carinho e apoio."). Isto evidencia um "quê" de egoísmo típico traço narcisista no paciente borderline, por isso tem dificuldade em perceber o lado do outro, ou de distinguir o rosto do outro, só conseguindo visualizar suas próprias necessidades. (...) Se, por acaso, suas necessidades são ignoradas, pessoas borderline sentem-se profundamente irritados por não terem sido levados em conta. Segundo Kornberg, é a difusão de identidade responsável por tais percepções empobrecidas. Como o próprio borderline não tem uma identidade bem definida (se vangloriam em admitir ter várias condutas e experimentar tudo), obviamente, eles têm grande dificuldade em enxergar o outro, afinal, não consegue enxergar-se com precisão. Por causa dessa dificuldade em enxergar o outro, o borderline pode ser notavelmente difícil em ter amigos ou namorados, ou então, mantê-los. Ele se aborrece com facilidade com qualquer assunto que não lhe diga a respeito, necessitando sempre ser o centro de tudo. Como nem sempre isso ocorre, ele se irrita excessivamente podendo causar sérios prejuízos em tais relacionamentos.(...) Quando o borderline crê ter sido tratado de maneira injusta (que seja real ou não), ele reage agressivamente e impulsivamente. Às vezes, muitos gestos de outras pessoas são interpretados falsamente ou qualificadas como hostis. Esses indivíduos têm dificuldade em interpretar justamente o comportamento de outros. Sua percepção sobre outros é muito instável e distorcida sempre para desconfianças. Acreditam que as outras pessoas não são nada confiáveis e são especialmente maldosas. Pelas outras pessoas, erroneamente o borderline é classificado como "mimado", rebelde, estressado, louco ou apenas o "seu modo de ser". “Contudo, seu “modo de ser”, na realidade, é um modo de ser doentio.”.
Para concluir este resumo, outro sintoma é a desconfiança: (fonte Wikipédia).
"Borderline têm dificuldade em confiar nas pessoas. (...) Manipulam as pessoas através de chantagens emocionais pouco evidentes como brigas, discussões e conflitos que na verdade é a forma de que encontram para testarem as pessoas das quais necessitam. (...) Eles vivem a testar o amor e afeição das outras pessoas, pois muitas vezes não conseguem acreditar que as pessoas possam amá-los de verdade. (...) Facilmente interpretam as ações de outras pessoas erroneamente como hostis, ameaçadoras, irritantes ou zombadoras, o que causa um gatilho para explosões de irritabilidade e brigas constantes, porque tendem a reagir da mesma forma pela qual acreditaram ter sido tratado."
Transtorno de personalidade histriônica Outro transtorno comum é o Transtorno de personalidade histriônica, onde existe a necessidade de chamar atenção para si própria a qualquer custo, geralmente a base de chantagem emocional. Pessoas que sofrem deste transtorno são geralmente descritas como (fonte Wikipédia):
"Muito emotivas, hipersensíveis, exageradas, superficiais, emocionalmente instáveis, dramáticas, infantis, muito preocupadas com a aparência física (vaidosos) e com notável tendência a exigir excessiva atenção para si a todo o momento. Caso contrário, sentem-se profundamente magoados, podendo expressar suas emoções de forma exagerada, como rompantes de choro ou raiva por coisa mínima. Geralmente vestem-se de maneira chamativa, sobretudo sexualmente provocante e costumam estar sempre à caça de elogios a respeito de sua aparência física. São muitos manipuladores, controlando pessoas e circunstâncias para conseguir atenção. Fazem uso da manipulação emocional e sedutora, frequentemente vestindo-se de maneira chamativa, encantando e seduzindo outras pessoas."
Esta é uma das armas mais perigosas. É como eles se revestem para atrair suas vítimas. É a embalagem mais colorida e chamativa da prateleira. Você os adora porque são vistosos, adoráveis, belos. Sabem aproveitar a vida; amam a vida. Você PRECISA de alguém assim do seu lado.  Ele está usando você.
Transtorno de personalidade antissocial Pessoas deste grupo ainda podem possuir traços também do Transtorno de personalidade antissocial, marcada pela conduta fria e impossibilidade de amar. É a mesma raiz da psicopatia, porém no caso do manipulador não está presente à conduta criminosa, mas que podem causar danos a outras pessoas, mesmo que inconscientemente.




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