sábado, 17 de agosto de 2013

síndrome do Ninho Vazio




Definição: Síndrome

Nome feminino
1. MEDICINA conjunto bem determinado de sintomas que não caracterizam uma só doença, mas podem traduzir uma modalidade patogénica.

2. figurado conjunto de sinais ou características associados a uma situação crítica e causadores de receio ou insegurança.

O que é Síndrome:

Síndrome (do grego "syndromé", cujo significado é "reunião") é um termo bastante utilizado em Medicina e Psicologia para caracterizar o conjunto de sinais e sintomas que definem uma determinada patologia ou doença.
No sentido figurado, o termo designa um conjunto de características que, quando associadas a situações críticas, podem gerar insegurança ou medo. Por exemplo: "síndrome da violência urbana".

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Síndrome do Ninho Vazio se caracteriza pelo sentimento de solidão, vazio, tristeza, irritação e depressão sentidos pelos pais quando um filho deixa o lar, rumo a uma vida mais independente. Essa Síndrome atinge mais as mulheres e elas muitas vezes se sentem abandonadas. 

É natural em algum momento da vida os filhos saírem de casa, seja porque vão se casar, ou porque vão cursar a universidade em outra cidade ou país, etc. Isso deveria ser comemorado pelos pais, mas nem sempre isso acontece. Muitas vezes isso se torna um pesadelo. Por não conseguir lidar com isso, o sentimento de saudade acaba ganhando proporções prejudiciais à vida de quem fica.

A saudade pode virar depressão, crises de ansiedade, angústia, problema psicossomáticos que antes não existiam. A emoção pode ser transformada em dor. É comum as pessoas transferirem a tensão do estresse para o músculo, nas costas, e isso por mais que seja psicológico, causa dor. E a dor é real. 

É uma fase complicada principalmente para mulheres que passaram toda a sua vida dedicando-se exclusivamente aos filhos, quando eles vão embora, elas perdem o chão, sentem um vazio, uma perda de si mesma.



 Leia texto completo  clicando no link abaixo:


                                                  Síndrome do Ninho vazio
                                                                     




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Vamos falar daquilo que GOSTAMOS ou não GOSTAMOS de ver no ESPELHO!


Projeções psicológicas


Quero falar sobre a projeção. Um mecanismo de defesa do sistema psicológico, que, enquanto não compreendido, nos impede de termos um profundo conhecimento de nós mesmos.
O que é a projeção?
A projeção é uma teoria criada por Freud e definida como um mecanismo de defesa psicológico, onde projetamos nossas emoções, pensamentos, sentimentos indesejáveis numa ou mais pessoas. Quando temos um pensamento "condenável", digamos assim, e não somos capazes de admiti-lo conscientemente, então, inconscientemente jogamos esses pensamentos sobre o outro e os responsabilizamos. Por exemplo, eu tomo partido de uma discussão, mas eu digo que foi a outra pessoa que tomei então eu digo esbravejo ridiculamente alguém, por alguma atitude que sou eu que estou tendo sem sequer perceber que estou projetando em outra pessoa.

Por exemplo, quando uma pessoa é preguiçosa, mas ainda não lhe está consciente essa sua preguiça, e, por medo de admiti-la, por defesa, ela projeta essa preguiça em outra pessoa, e começa a acusar o outro de preguiçosa.
Quando você acusa, tem raiva, irritação etc.. Por uma ou mais pessoas, devido a um determinado "defeito" que ela supostamente vê no outro, então, é muito provável que esteja projetando.
E é ai que atraímos para nós pessoas semelhantes. Muitos dizem que os opostos se atraem, mas a verdade é que os semelhantes se atraem.
Já falei aqui que o outro é o nosso espelho, e somos espelhos dos outros, onde refletimos nele todos os nossos defeitos e qualidades. Somos reflexos uns dos outros, e, portanto, todo aquele que se achega a nós, vem por ter semelhanças conosco.
Algumas pessoas vêm me dizer que não aguenta mais fulano, que fulano é falso, fulano é egoísta, fulano é isso e aquilo... Então eu digo: na verdade, quem é tudo isso, é você mesma!
Outras me falam: - eu só atraio gente ruim (óh, porque será?) só atraio gente falsa (óh). Sabe por quê? Porque você atrai o seu reflexo. Nós só conseguimos nos ver através de um espelho.
É através do espelho que você vê seu rosto, seu cabelo, seu corpo e etc...
Mas, assim como só conseguimos ver o nosso corpo através de um espelho, só conseguimos ver a nossa alma através do outro, que é o espelho da alma.
Quando você se olha no espelho, consegue perceber que, aquela imagem ali refletida (que é você, mas, está refletido no objeto), está ficando com rugas, cabelos brancos, ou está triste e etc...
Assim, quando você olha para o outro (que é seu espelho) você pode ver o seu reflexo. Porem, como deseja, seu inconsciente verá no outro os seus defeitos projetados, e o culpará (ou o acusará, julgará, terá raiva, ódio e etc..) do próprio defeito seu, por não ter condições de assumi-lo conscientemente. Sacou o que quis dizer?
Então a resposta do porque "só atraio gente ruim", é que na verdade, aquelas pessoas não são ruins, e sim, apareceram na sua vida como espelho para revelar a sua alma, afim de que você pode se ver por dentro. E enquanto você não tiver consciência disso, esse ciclo não irá mudar.
Portanto, pare um pouco de acusar e criticar o outro perto de você, e, olhe para você. O que é que tem dentro de você que necessitas tanto de projetar no outro? Traga para sua consciência, assuma os seus defeitos (ou qualidades), e seja quem você é. Quando mais você colocar em pratica se responsabilizar pelos SEUS defeitos, ou atos, pensamentos, sentimentos ruins e etc., menos você precisará projetar, e menos você ficará irritada com as pessoas.
Dessa forma, tudo a sua volta começará a mudar. Você vai atrair pra você, pessoas semelhantes a você. Então entenda que, essas pessoas que estão a sua volta, estão para revelar quem você é. Quanto menos você assume os SEUS problemas, mais pessoas "ruins" irão aparecer. Quanto mais você assume quem você é, reconhecendo as projeções que faz no outro como seus próprios defeitos, menos "pessoas ruins" estarão a sua volta.
A vida é fantástica. Ela nos une a pessoas que representam exatamente o que somos, para nos ensinar a crescer, a se transformar. O maior exemplo disso são os casamentos. Sabe aquele defeito que você ODEIA no seu cônjuge? Pois é, ele pertence a você!
Os relacionamentos podem melhorar quando reconhecemos que nós temos defeitos, e paramos de projeta-los no nosso parceiro (a).
Eu vivia reclamando, por exemplo, que meu marido é muito quieto. Mas na verdade, ele estava refletindo o meu oposto, pois falo demais. E com essa projeção, aprendi que devo ouvir mais e falar menos.
Então, examinem o que vocês andam projetando, reconheça que as pessoas à sua volta são espelhos para revelar o seu interior afim de que você possa evoluir.
Não existem pessoas más. Existem pessoas com qualidades e defeitos, os quais veem de acordo com a nossa projeção.
Você reconhece quem você é pelo o que você tem projetado.
(eu falo muito você? mas serve para mim também, para todos nós).
Vou deixar alguns de algumas projeções, mas peço que você tente enxergar o que você tem projetado nas pessoas.
Você está possivelmente projetando quando acusa o outro de:
- Egoísta;
- Orgulhoso;
- Falso;
- Insubordinado;
- Pecador;
- Mentiroso;
- Traidor;
- Fofoqueiro;
- Avarento;
- Metido;
- Intrometido.
Lembre-se também, que nem tudo é projeção, claro. Algumas coisas são de fato fraquezas do outro que está bem exposto. Mas não nos cabe julga-lo por isso.
A projeção é na maioria das vezes aquilo que você detesta no outro a tal ponto que te incomoda, te tira à paz, e você só fala desse assunto e etc.. Quando, porém, você vê uma fraqueza no outro, mas isso não interfere em você e não te incomoda, não é uma projeção. O incômodo vem justamente pra te "cutucar" afim de que você perceba que o que tanto te incomoda no outro, faz parte de você.
Isso também serve para as qualidades viu? Quando você vê uma pessoa que é super. Organizada, e você se sente inferior a ela por isso, e exalta essa qualidade dessa pessoa a tal ponto que te incomoda não ser igual a ela, você está projetando, e isso significa que você tem também a mesma capacidade dessa pessoa, só basta reconhecer e colocar em pratica.
A Psicologia de botequim é muito praticada por várias pessoas que infelizmente tiveram na sua grade escolar, alguma teoria da nossa área que é muito vasta. Mas lembre-se que para ser um PSICÓLOGO é necessário fazer cinco anos de Faculdade, quando saímos temos certeza de que o maior critério é ter cautela, que existem duas pessoas distintas, uma profissional no setting terapêutico com seus clientes sob sigilo profissional e a pessoa.  Lembro ainda, que para o atendimento clínico é fundamental estar embasado numa teoria ter uma supervisão. Tem curioso demais para o meu gosto.

Reconhecer suas projeções e crescer com as mesmas faz parte de uma evolução, todos fazem isso.



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A relatividade entre a parentalidade e o Bebê!


A parentalidade é um termo relativamente recente, que começou a ser utilizado na literatura psicanalítica francesa a partir dos anos 60 para marcar a dimensão de processo e de construção no exercício da relação dos pais com os filhos. Apesar de as dimensões inerentes ao parentesco terem sido estudadas por outras áreas do saber, como a antropologia, a filosofia e a sociologia, é no campo da psicologia e da psicanálise que podemos encontrar uma vasta pesquisa referente aos processos psíquicos e mudanças subjetivas produzidas nos pais a partir do desejo de ter um filho.
Se fizermos uma breve retrospectiva histórica, podemos observar que nas sociedades tradicionais as relações de aliança eram estabelecidas em função do patrimônio familiar, mas a partir do século XVIII, com o discurso iluminista e com a importância do romantismo, o amor entre casais e entre pais e filhos é priorizado e as alianças conjugais passam a ser estabelecidas com base no afeto e não mais como arranjos externos, que não levavam em consideração as escolhas individuais. O amor entre pais e filhos é fortemente marcado pela noção de educação e a formação das crianças torna-se um fator importante para o desenvolvimento de um país e garantia de uma sociedade saudável.
Como assinala P. Julien (2000), a modernidade introduz uma disjunção entre o público e o privado e entre a conjugalidade e a parentalidade. Os arranjos familiares não dependem somente da parentalidade, mas sim do desejo entre casais de estabelecerem relações íntimas. Neste contexto, as relações conjugais são mantidas no espaço privado e dependem somente do desejo de cada um dos cônjuges. No entanto, quando este casal ou indivíduo decide ter filhos, o espaço público invade o espaço privado da conjugalidade, organizando as relações de parentesco e definindo as responsabilidades dos pais e do estado em relação às crianças. Como exemplo, podemos citar o caso da adoção que coloca a parentalidade submetida às regras de seleção impostas pelo poder público como uma maneira de assegurar às crianças pais adotivos "suficientemente" adequados à função. A argumentação do autor é que esta disjunção, aliada ao declínio da função paterna e a uma pluralização das referências simbólicas, coloca sobre o casal parental ou família de origem a responsabilidade de transmitir às gerações futuras os elementos fundadores de sua constituição psíquica.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CINEMA ALEMÃO E A PSICANÁLISE


Parte do meu Projeto de Pesquisa se encontra protegido na Biblioteca Nacional e está no meu Currículo Lattes do CNPQ. Plágio é crime.

(Percebi a entrada de um mesmo IP várias vezes nesse BLOG, por questão de segurança, retirei parte do conteúdo do trabalho).

Ao considerar que a Psicanálise é uma prática de análise da Psique Humana e que o cinema joga com as leis da linguagem que Freud descreve como mecanismo fundamental na elaboração onírica*, sendo conteúdos encobertos, mostra-nos estruturas recalcadas que tentam emergir como um disfarce verdadeiro dos sonhos. O trabalho do sonho é a passagem do oculto ao manifesto. Basicamente podemos dizer que o conteúdo oculto é algo semelhante a um impulso e o conteúdo manifesto é uma imagem visual. Finalmente, o conteúdo manifesto¹ é uma fantasia que simboliza o desejo ou impulso latente². Trata-se de uma fantasia, que consiste essencialmente na satisfação do desejo ou impulso velado, ou seja, sonho e cinema jogam com o imaginário do ser humano. (1900; em Freud – A Interpretação dos Sonhos, vol. IV p.131 na Ed. Bras.).* (1916 -1917, p. 206).
            No sonho existe um conteúdo manifesto e um latente. O latente mostra-nos estruturas recalcadas que tentam emergir, ou seja, é o verdadeiro sonho, e o manifesto é o sonho quando o sujeito conta, sendo um disfarce do sonho. Então o primeiro é o inconsciente e o segundo é o consciente, é uma imagem visual, é uma fantasia que simboliza o desejo que foi satisfeito através do sonho, trata-se de uma satisfação parcial das nossas estruturas primitivas; Freud o chama de conteúdo latente e que tem como objetivo iludir as defesas do ego. Quando manifestado, lembramos-nos de breves cenas, como as cenas de um filme, cena em cena, passando pelos nossos olhos. (Freud, 1916 – 1917, p. 218).
O sonho é um lugar do desejo, da identificação e da projeção. A instituição Cinema e todo o aparato da cultura industrializada que gira em seu entorno representam um poderoso instrumento de hegemonia cultural. Ao comporem uma determinada dinâmica de vida entre as pessoas, os filmes também participam na formação de valores éticos e juízos de preferências, nesse sentido, portam uma faceta emocional e histórica.


*A Psicologia dos Processos oníricos (cap. VII p.541) in Obras Completas de Sigmund Freud: Ed. Standard brasileira. Vol. V Rio de Janeiro: Imago Ed. 1996.
¹ Fachada
zero O significado, o despistar o superego.
Na sociedade contemporânea, eles concretizam práticas filosóficas e psicológicas pelas personagens terem relação intrínseca com o indivíduo que sonha, pois é ele quem elabora suas ações por processos psíquicos inconscientes.
Na situação fílmica às vezes o espectador se projeta, identifica, torce por eles e recria os acontecimentos. Conjecturando, o mesmo pode construir ou desconstruir de acordo com a assimilação de sensibilidades e conhecimentos. Tendo como parâmetro o filme “A Queda! As Últimas Horas de Hitler” do diretor “Oliver Hirschbiegel”, percebemos que se trata ainda de uma dicotomia que carrega consigo uma consequência muito séria, concordando com as palavras do historiador John Lukács, para quem a definição de Hitler como louco exonera-o de toda responsabilidade, levanto a hipótese de que ele, em sua alienação autoimposta, para a qual o Bunker é uma metáfora tão perfeita quanto simples, é encenado como alguém incapaz para comandar seus aliados, por motivos físicos e psicológicos; aparentemente o espectador “observa” as cenas por um buraco de fechadura.
Adolf Hitler “estava”¹, “alienado”², era uma pessoa incapaz, segundo alguns trabalhos, e críticos sobre este filme. A teoria psicanalítica nos adverte que a construção de uma teoria que diga respeito à “realidade”, o que é importante não é a diferença entre o que é da ordem do visível ou do invisível, mas sim, a diferença entre o olho e o olhar. O que se pretende dizer com isso é que a função de ver, não está relacionada apenas com os olhos, mas como olhamos as coisas. Para Kant, a estética é o compromisso entre a natureza e a liberdade. Segundo a “Crítica da Razão Prática”, ele se refere aqui a “natureza humana”, apesar de acreditar que seja algo de “subjetivo”, existem os componentes racionais da estética, ou seja, as cognições³, que são fundamentais para alterar a crítica de juízos. É esse olhar que estou mencionando, é essa identificação que estou me apegando.




¹ Não utilizado, o verbo no passado, “ser”, por apresentar-se como qualidade ou característica habitual. Usa-se seguido do particípio passado, para formar a voz passiva. Entende-se, como pessoa que é que foi um ente humano e por toda a sua existência.
² De forma geral tornou-se popular para descrever um distanciamento entre os indivíduos e a realidade, onde o mundo se torna cada vez mais estranho e exterior, em contraste com a visão do selvagem que viveria em proximidade e equilíbrio com a natureza. Também é aquele que perdeu o controle sobre o próprio destino e que não enxerga a realidade como ele é, mas através de fantasias, alienado não é um ou outro, somos todos nós, que dependemos de um sistema exterior que não compreendemos.
“para Kant, estabelecemos as nossas próprias regras do que é belo, a partir da crítica dos juízos, isso significa que o belo, está relacionado com a época, a cultura, e com a nossa aprendizagem”.
Cognição – Ato de processo de conhecer inclui estados mentais e processos como pensar, a atenção, o raciocínio, a memória, o juízo, a imaginação, o pensamento, o discurso, a percepção visual e audível, a aprendizagem, a consciência, as emoções.





O tema faz hiperligação com o link original

Durante a Segunda Guerra Mundial, depois que os nazistas bombardearam várias vezes o Gueto de Varsóvia, na Polônia, Rebecca, de 13 anos, e David, de 14, haviam-se escondido em meios aos destroços.
Era inverno e fazia muito frio. Durante semanas, Rebecca não se atrevera a sair dos escombros, apesar da escuridão, enquanto David aventu-
rava-se de vez em quando a ir em busca de comida. Todas as lojas haviam sido destruídas durante os bombardeios, mas algumas vezes David conseguia trazer algum pão envelhecido ou comida enlatada. Assim, eles iam sobrevivendo e marcando os dias a partir do primeiro em que se haviam escondido.

David sabia que sair dos escombros e circular pelas áreas controladas pelos nazistas era perigoso, mas sabia também que se não se arriscassem, acabariam morrendo de fome. Assim, dia a dia, aventurava-se pelos becos e ruas.

Um dia, um dos mais frios até então, David saíra. Sentada em um canto, encolhida e assustada, Rebecca aguardava o retorno de seu amigo. Subitamente, ouviu o sons de uma respiração. Era David que chegava.

Após acalmar sua amiga, David sussurrou: "Rebecca, eu encontrei um tesouro". Em seguida, mostrou-lhe uma porção de queijo, batatas, cogumelos secos e um pacote de balas, acrescentando: "Há mais uma surpresa, mas só vou mostrar-lhe mais tarde".

Após se alimentarem, David disse a Rebecca: "Você sabe que hoje é o primeiro dia de Chanucá e eu encontrei uma vela e alguns fósforos". Assim dizendo, o menino arrumou a vela, orando e, em seguida, acendeu-a. Pela primeira vez desde que haviam-se escondido nos escombros, os dois olharam-se no rosto e conseguiram enxergar um ao outro. Apesar de sua pouca idade, haviam prometido que, se conseguissem sobreviver, um dia se casariam.

Ambos haviam perdido suas famílias. Ambos tinham muitas razões para estar zangados com D'us, por estarem enfrentando tantas tragédias, mas a luz da vela trouxe paz aos seus corações e a suas almas. Aquela pequena luz, cercada por tantas sombras, parecia trazer-lhes uma mensagem: o demônio não havia dominado tudo e ainda havia um resto de esperança.

Várias vezes os dois jovens haviam pensado em fugir de Varsóvia, mas não sabiam como. O gueto estava cercado pelos nazistas dia e noite. Rebecca, principalmente, sempre hesitara em tomar a decisão de fugir, mas David sabia que suas chances de sobrevivência eram cada dia menores, caso permanecessem na cidade. Agora, iluminada pela chama da vela, Rebecca disse a David: "Vamos partir". "Quando", ele perguntou-lhe. E ela: "Quando você achar que é o momento exato". E David afirmou: "O momento exato é agora".

Assim, os dois amigos prepararam-se para partir. David explicou a Rebecca qual era o seu plano e quais as chances que tinham de sobreviver. Disse-lhe que deveriam andar em meio a destroços, esconder-se nos esgotos, provavelmente infestados de ratos, e talvez congelar até a morte. Mesmo assim, a menina não desistiu e eles partiram.

Em momentos de grande perigo, às vezes as pessoas descobrem que sua coragem é maior do que imaginavam e foi exatamente o que aconteceu com Rebecca e David. Ele foram obrigados a passar pelos esgotos, por caminhos tão estreitos que eram forçados a se ajoelhar e andar bem abaixados. Mas os alimentos ingeridos em Chanucá e a alegria por terem celebrado a festa levava-os a prosseguir, até que pelos sons que ouviam do exterior perceberam que haviam alcançado o outro lado do gueto. Agora, deveriam sair dos esgotos e deixar a cidade o mais rápido possível.

Muitos milagres pareciam estar acontecen- do naquela noite de Chanucá. Por receio de ataques aéreos dos aliados, os nazistas haviam ordenado um blecaute total na área. Por causa do frio, era menor o número de guardas da Gestapo nas ruas. Assim, os dois jovens conseguiram chegar até a floresta mais próxima para descansar e se alimentar.
David e Rebecca levaram uma semana para conseguir encontrar os membros da Resistência, os partisans, que lutavam contra os nazistas. Em sua viagem, recebiam ajuda de camponeses até que em um povoado encontraram um membro da organização clandestina Haganá, que viera de Eretz Israel para resgatar os judeus que fugiam das perseguições nazistas. Este jovem combatente levou-os ao encontro de outros refugiados escondidos na floresta. Era o último dia de Chanucá e, naquela noite, todos acenderam as oito velas. Enquanto alguns jogavam com um dreidl outros permaneceram em vigília.

A vida de David e Rebecca mudou completamente desde o momento em que se juntaram aos membros da Haganá e a outros judeus que tinham um único objetivo: estabelecer-se em Eretz Israel. A viagem até seu destino nem sempre foi fácil. Atravessaram a Checoslováquia, a Hungria e a Iugoslávia, onde um pequeno barco os esperava para levá-los a seu novo lar. O silêncio e o segredo eram essenciais, pois os nazistas ocupavam a Iugoslávia.

A travessia por mar foi marcada pelo perigo. Os refugiados temiam os submarinos e os aviões alemães e nada podiam fazer além de rezar. D'us ouviu suas preces e levou-os a Eretz Israel em segurança, onde foram recebidos com amor e alegria, esquecendo-se, gradativamente, dos sofrimentos na Europa.

Rebecca e David encontraram parentes em Israel, que os acolheram e ajudaram a reconstruir sua vida. Estudaram em escolas onde aprenderam o hebraico e, mais tarde, na faculdade. David formou-se em Engenharia, em Haifa, e Rebecca em Literatura e Línguas, em Tel Aviv. Enquanto estudavam, continuaram a se encontrar nos finais de semana, até que se casaram.

Eles me contaram a sua história em uma noite de Chanucá, em sua casa, em Ramat Gan. As velas estavam acesas na chanuquiá e Rebecca estava fazendo sufganiot (sonhos). David e eu estávamos jogando dreidl com seu filho, Menashem Eliezer, assim chamado em homenagem a seus avós. David então me contou que aquele dreidl de madeira com o qual estávamos jogando era o mesmo utilizado pelos partisans naquela noite na floresta polonesa.

Rebecca então me disse: "Se não fosse por aquela pequena vela que David trouxe ao nosso esconderijo, nós não estaríamos sentados aqui hoje. Aquela pequena luz despertou a nossa esperança e uma força que não sabíamos possuir. Daremos este dreidl a Menashem Eliezer quando ele for maduro o suficiente para entender o que nos aconteceu e como milagrosamente fomos salvos".







Caso queiram assistir mais alguns filmes sobre a segunda Guerra:
Descobri desse link: Filmes

domingo, 30 de setembro de 2012

O SIGNO, O SIGNIFICANTE E O SIGNIFICADO


Significantes e Significados


"Meu dizer que o inconsciente é estruturado como uma linguagem não é do campo da lingüística. " JACQUES LACAN.

Todos os Créditos de Pesquisa para Nadiá Paulo Ferreira Doutora em Letras; Psicanalista do Corpo Freudiano do Rio de Janeiro - Escola de Psicanálise; Professora titular de Literatura
Portuguesa da Uerj.


domingo, 27 de maio de 2012

O ESTRESSE

Logo que terminei a graduação, fui convidada por um dos meus professores para dar aula com ele sobre o Estresse, confesso que fiquei surpresa, o Prof. Candido da Universidade de Guarulhos. Com as aulas montadas fui eu naquele final de semana assistir boa parte das aulas, aprender e evidente ministrar uma aula. Me lembro daquela apostila muito bem feita e do que ele falava, foi impressionante, porque usamos com uma frequencia a palavra estresse para quase tudo. Se por qualquer razão estivermos irritados com alguém, ou o transito estava mais carregado, soltamos a frase básica, me deixe quieta porque "hoje estou estressada"! Se tornou tão costumeiro, usual, utilizar, que nem mesmo paramos para avaliar o que é o estresse, a magnitude que envolve essa doença o tamanho dela, quais as consequências que pode trazer para uma pessoa, quando ela realmente está acometida com um quadro de estresse.