sexta-feira, 27 de maio de 2016

Lembrando que, não ha motivo para o estupro, não é a roupa que uma mulher usa, não são seus hábitos, nem o lugar que mora. Como podemos num "homem", homem? Que não controla desejos, desejo? Que subjuga um ser humano dessa maneira. Estupro é crime hediondo, dos mais graves. Alguém parou pra pensar nos danos emocionais que essa garota, ou garotas irão viver daqui pra frente?

Sexta-feira, 27 de maio de 2016 às 11:49
Nota oficial do presidente Temer: repúdio veemente ao estupro de adolescente no Rio

Em nota Repudio com a mais absoluta veemência o estupro da adolescente no Rio de Janeiro. É um absurdo que em pleno século 21 tenhamos que conviver com crimes bárbaros como esse.
O ministro da Justiça convocou reunião com os secretários de segurança pública de todo país, nesta terça-feira, quando tomaremos medidas efetivas para combater a violência contra a mulher.

Vamos criar um departamento na Polícia Federal tal como fiz com a delegacia da mulher na Secretaria de Segurança Pública do governo Montoro, em São Paulo. Ela vai agrupar informações estaduais e coordenar ações em todo país.
Nosso governo está mobilizado, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, para apurar as responsabilidades e punir com rigor os autores do estupro e da divulgação



 do ato criminoso nas redes sociais.

/Blog do Planato
Lembrando que, não ha motivo para o estupro, não é a roupa que uma mulher usa, não são seus hábitos, nem o lugar que mora. Como podemos num "homem", homem? Que não controla desejos, desejo? Que subjuga um ser humano dessa maneira. Estupro é crime hediondo, dos mais graves. Alguém parou pra pensar nos danos emocionais que essa garota, ou garotas irão viver daqui pra frente?

Sexta-feira, 27 de maio de 2016 às 11:49
Nota oficial do presidente Temer: repúdio veemente ao estupro de adolescente no Rio

Em nota Repudio com a mais absoluta veemência o estupro da adolescente no Rio de Janeiro. É um absurdo que em pleno século 21 tenhamos que conviver com crimes bárbaros como esse.
O ministro da Justiça convocou reunião com os secretários de segurança pública de todo país, nesta terça-feira, quando tomaremos medidas efetivas para combater a violência contra a mulher.

Vamos criar um departamento na Polícia Federal tal como fiz com a delegacia da mulher na Secretaria de Segurança Pública do governo Montoro, em São Paulo. Ela vai agrupar informações estaduais e coordenar ações em todo país.
Nosso governo está mobilizado, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, para apurar as responsabilidades e punir com rigor os autores do estupro e da divulgação



 do ato criminoso nas redes sociais.

http://blog.planalto.gov.br/nota-oficial-do-presidente-temer-repudio-veemente-ao-estupro-de-adolescente-no-rio/trackback/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Transtorno de Personalidade Borderline




O transtorno borderline, geralmente leva mais de 10 anos para ser diagnosticado.

O Transtorno da Personalidade Borderline caracteriza-se por instabilidade emocional, desregulação afetiva, sentimentos intensos polarizados em tudo ótimo e tudo ruim, angústia de abandono e angústia de invasão que acabam levando a muitos comportamentos impulsivos e perigosos.

Cura é uma palavra comum na medicina, porém, no campo dos Transtornos da Personalidade não é propriamente empregada, pois se acredita que o tratamento tem por objetivo o desenvolvimento emocional ou da personalidade. Se quisermos considerar somente os sintomas, podemos dizer que melhoram consideravelmente com tratamento adequado.
Segundo várias pesquisas, os tratamentos incluem preferencialmente as diversas formas de psicoterapias desde as psicoterapias psicodinâmicas até psicoterapias cognitivo-comportamentais. A medicação deve ser utilizada como adjuvante ao tratamento psicoterápico. Em casos graves muitas vezes há necessidade de internação hospitalar ou participação em Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
A família pode ajudar no tratamento?
Sim, principalmente nos Transtornos de Personalidade Borderline. A família deve participar do tratamento mesmo que muitas vezes esteja a ponto de desistir do paciente. Como as relações interpessoais são o centro deste transtorno, é na família que encontramos as manifestações mais evidentes.
O paciente precisa tomar medicamentos?
Sim, se o psiquiatra tomou essa conduta. Lembre-se que em nosso ambulatório há uma parceria importante entre o psiquiatra e o psicoterapeuta.
Principais características:
O transtorno é caracterizado por instabilidade emocional.
 Impulsividade.
 Manifestações inadequadas de raiva.
 Baixa autoestima.
Tendência ao suicídio. Podendo variar esse quadro ao uso de bebidas ou drogas ilícitas, ou se tornar um agressor.
 Insegurança.
 Não aceitar críticas e regras.
 Intolerância a frustrações.
Medo pelo abandono.
O portador do transtorno tende a ter seus relacionamentos sempre intensos.
Tendência a teatralidade.
São confusos e desorganizados. Mudam seus conceitos sobre as pessoas e seus sentimentos de forma muito rápida, tendo suas qualidades anteriores, atualmente desvalorizadas.  Por serem narcisistas e não terem muita ideia de quem são, portanto valorizam sempre só as suas necessidades.
Os Indivíduos com TPEIB podem ser incomodados por sentimentos de vazio crônicos, sentimentos de rejeição e abandono, não importando se isso é real/verídico ou fantasioso.
Os primeiros sintomas tendem a aparecer durante a adolescência, persistindo geralmente por toda a vida.
As mulheres fazem parte de um universo mais representativo dos portadores deste  transtorno. A fase inicial pode ser desafiadora para o paciente, seus familiares e terapeutas.  Muito mais por questões sociais  e da maneira que foram educados pelas suas famílias.  
A maioria dos casos a severidade do transtorno diminui com o tempo.
Como os sintomas tornam-se perceptíveis, a família costuma supor que a rebeldia, a impulsividade, o descontrole emocional, a instabilidade e a diferente percepção de valores são típicas da idade, não fazendo ideia de que estão diante de um distúrbio grave. São pessoas com um grau de afetividade muito grande sobrevalorizando as situações, sendo as boas vistas como excelentes e as ruins como péssimas.
Existem graus em todas as doenças Psiquiátricas, portanto não podemos classifica-las da mesma maneira.
É necessária a internação? Quando?
Infelizmente a internação pode ser necessária. O internamento psiquiátrico é visto como um recurso existente, importante e válido principalmente quando os sintomas apresentados são graves o bastante para colocar em risco a integridade física do paciente e de seus familiares. Para os casos mais graves, como o tempo de resposta ao tratamento psicoterápico é lento, a proteção do paciente e de seus familiares justifica a utilização de um ambiente protegido e seguro. Seu familiar nem sempre poderá proporcionar este quadro em domicilio evidenciando a necessidade do tratamento em regime hospitalar.
(Dr. João Luiz da Fonseca Martins)

Cuidado com pessoas  manipuladoras emocionais! Eles podem estar mais perto do que você imagina. Podem ser seus melhores amigos, familiares ou ser até sua noiva! Eles se alimentam da atenção alheia e jogarão os jogos mais sujos para consegui-la. Farão você pensar que o mundo realmente gira em torno deles (inclusive você), e farão você andar sobre a linha que eles traçarem. Caso em algum momento você resolva sair da linha, quer dizer, caso lembre de que você ainda tem vida e vontade próprias, eles farão você acreditar que está errado, e que na verdade você deve mais atenção a eles ainda. Mas na verdade eles são doentes!
Patologia (sim eles são doentes)
Segundo o DSM_IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), estes indivíduos sofrem de um Transtorno de personalidade, se enquadrando no Cluster/Grupo B (transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregulares). Nas palavras da Wikipédia, pessoas deste grupo são descritas assim:
"Manipuladores, rebeldes, com tendência a quebrar regras e rotinas, irritantes, "maus", inconstantes, impulsivos, dramáticos, sedutores, imprevisíveis, egoístas e muito intolerantes às decepções. Neste grupo, os sintomas inflexíveis dos distúrbios afetam muito mais as pessoas em sua volta, do que o próprio indivíduo.”.
Existe uma série de transtornos de personalidade em que se enquadram os indivíduos deste grupo.
Transtorno de personalidade limítrofe Um dos transtornos comuns de indivíduos deste grupo é o Transtorno de personalidade limítrofe ou borderline.
Este transtorno é caracterizado, entre outros, pela desregulação emocional: (fonte Wikipédia).
"O indivíduo borderline é geralmente visto como "genioso", temperamental, "de lua" e pessoas que facilmente se embravecem." Caracteristicamente, têm dificuldades no controle das emoções e podem ter uma convivência em grupo particularmente complicada. Eles exigem toda a atenção do mundo para si e facilmente são tomados pelas emoções. Podem arranjar conflitos com namorados e familiares com grande demonstração de ciúmes, possessividade e medo de serem abandonados. E ainda com tanta exigência de atenção, armam confusão com notáveis explosões de raiva como agressividade, ironia, xingamentos e até demonstrações físicas de violência. Por isso, podem viver a criar casos com pessoas de sua intimidade.
Pessoas com esse distúrbio, de maneira geral, são superficialmente adoráveis e simpáticos. Porém, com pessoas de sua grande intimidade (ex.: familiares) eles são vistos como irritantes, agressivos, mal-humorados, rebeldes. Tanto que o ambiente intrafamiliar é muitas vezes marcado por brigas e conflitos constantes. (...)
Ao longo de um dia, eles podem mudar de humor várias vezes. Podem ser tidos como aqueles que de manhã estão bem, à tarde de sentem-se raivosos, e à noite depressivos, por exemplo. Como se sentem irritadiços por motivos banais, pode tratar hora bem, hora mal aqueles que convivem com ele, sendo que os conviventes não conseguem entender exatamente o motivo que causou a mudança radical de humor e conduta do borderline. “Portanto, medo, repulsa e raiva são emoções frequentes que pessoas borderline produzem em pessoas de sua grande intimidade.”
Eles se apresentam como as pessoas mais simpáticas do mundo. Você facilmente gosta deles. Você decide viver com eles pro resto, da sua vida. Sorria! Você está sendo manipulado! E enganado! Eles são incapazes de estabelecer relações de afeto mais profundas devido ao sua instabilidade emocional. Eles não sabem se entregar. Não admitem estar vulneráveis pois, não conseguem lidar com adversidades nem decepções. Eles vão culpar o mundo por seus problemas, vão sugar a sua atenção, e vão te manipular quando você não puder dar 101% dela a eles.
Outra característica clássica do borderline é a instabilidade: (fonte Wikipédia)
“São pessoas muito instáveis em” todos os aspectos de sua vida; seus relacionamentos íntimos são muito caóticos, com tendência a terminar abruptamente de forma explosiva, pois eles são marcados por períodos de grande idealização e grande desvalorização, esforços exagerados para evitar a perda, chantagens emocionais e possessividade. (...)
O paciente borderline apresenta em todos os aspectos de sua vida a "difusão de identidade" que pode ser descrita como a recusa em considerar outros tempos e outras diferentes situações, dando prioridade à situação presente e atitudes imediatas (importam-se mais com o agora). Seria como se tivessem uma "amnésia" das situações e atitudes anteriores. Assim, forma-se a instabilidade entre os extremos “bons e maus” (8 ou 80, branco ou preto, mas nunca o meio-termo). (...) Por exemplo, o borderline ao perceber que a pessoa amada está com ela, ele tende a classificá-la como "ótima", ideal e sente-se fortemente apaixonado e feliz. No entanto, se a outra pessoa anuncia que tem de ir embora, por exemplo, o paciente rapidamente passa da grande idealização ("ótima") para a grande desvalorização ("péssima"), desprezando a história em que passaram. Se o cuidador retorna, novamente a pessoa é passada do extremo "péssima" para "ótima". Isto evidencia a grande instabilidade entre os extremos cujas pessoas borderline sofrem. (...) Exemplificando, de modo geral, a borderline é aquela jovem que valoriza demais o namorado. Contudo, por menor que seja a contrariedade, já acha que ele não presta mais. Também acontece quando a limítrofe liga para a amiga. “Só porque esta não pôde atendê-la naquela hora, a borderline já acredita que não é amada e depois agride a amiga de não dar devida importância a ela.”
E aí? Identificou-se com algum dos exemplos? É meu amigo, eles são exímios manipuladores emocionais. Experimente não atendê-los quando eles quiserem. Tá feito o estrago! Quando chegar a casa o bicho vai pegar! Ou em outra situação? Já falou que hoje precisava ficar em casa porque não estava se sentindo bem e, no outro dia, o borderline te chamou pra discutir a relação, dizendo que as coisas estavam mudando, que você não o amava mais?
Outra característica, Narcisismo e agressividade: (fonte Wikipédia).
“São indivíduos tão exigentes e imprevisíveis que assim tendem a afastar todos aqueles que o cercam”. (...) são pessoas que não têm necessidade, eles têm urgência. Não sabem adiar e não aguentam esperar. (...) Eles irritam-se facilmente por coisas banais. Por isso, apesar do borderline conseguir demonstrar certa "normalidade" em várias situações triviais, eles exibem escandalosamente a incapacidade em controlar sua raiva (ex.: acessos de mau humor por ter que esperar a ser atendido no hospital. Ou tratar grosseiramente o médico). Em suma, eles reagem normalmente até o momento em que seu humor radicalmente muda. (...)
“Eu os agrido, vocês me devem, vocês precisam fazer tudo por mim e eu nada por vocês” é frequentemente um lema em mente das pessoas borderline. Quase nunca eles se importam com as necessidades alheias, porque tendem a priorizar as suas. (...) exigem toda a atenção, paciência e carinho para si mesmos ("Você tem que me tratar sempre bem.") e pouco retribuem ("Eu te maltrato, mas você não pode me maltratar, apenas me dar carinho e apoio."). Isto evidencia um "quê" de egoísmo típico traço narcisista no paciente borderline, por isso tem dificuldade em perceber o lado do outro, ou de distinguir o rosto do outro, só conseguindo visualizar suas próprias necessidades. (...) Se, por acaso, suas necessidades são ignoradas, pessoas borderline sentem-se profundamente irritados por não terem sido levados em conta. Segundo Kornberg, é a difusão de identidade responsável por tais percepções empobrecidas. Como o próprio borderline não tem uma identidade bem definida (se vangloriam em admitir ter várias condutas e experimentar tudo), obviamente, eles têm grande dificuldade em enxergar o outro, afinal, não consegue enxergar-se com precisão. Por causa dessa dificuldade em enxergar o outro, o borderline pode ser notavelmente difícil em ter amigos ou namorados, ou então, mantê-los. Ele se aborrece com facilidade com qualquer assunto que não lhe diga a respeito, necessitando sempre ser o centro de tudo. Como nem sempre isso ocorre, ele se irrita excessivamente podendo causar sérios prejuízos em tais relacionamentos.(...) Quando o borderline crê ter sido tratado de maneira injusta (que seja real ou não), ele reage agressivamente e impulsivamente. Às vezes, muitos gestos de outras pessoas são interpretados falsamente ou qualificadas como hostis. Esses indivíduos têm dificuldade em interpretar justamente o comportamento de outros. Sua percepção sobre outros é muito instável e distorcida sempre para desconfianças. Acreditam que as outras pessoas não são nada confiáveis e são especialmente maldosas. Pelas outras pessoas, erroneamente o borderline é classificado como "mimado", rebelde, estressado, louco ou apenas o "seu modo de ser". “Contudo, seu “modo de ser”, na realidade, é um modo de ser doentio.”.
Para concluir este resumo, outro sintoma é a desconfiança: (fonte Wikipédia).
"Borderline têm dificuldade em confiar nas pessoas. (...) Manipulam as pessoas através de chantagens emocionais pouco evidentes como brigas, discussões e conflitos que na verdade é a forma de que encontram para testarem as pessoas das quais necessitam. (...) Eles vivem a testar o amor e afeição das outras pessoas, pois muitas vezes não conseguem acreditar que as pessoas possam amá-los de verdade. (...) Facilmente interpretam as ações de outras pessoas erroneamente como hostis, ameaçadoras, irritantes ou zombadoras, o que causa um gatilho para explosões de irritabilidade e brigas constantes, porque tendem a reagir da mesma forma pela qual acreditaram ter sido tratado."
Transtorno de personalidade histriônica Outro transtorno comum é o Transtorno de personalidade histriônica, onde existe a necessidade de chamar atenção para si própria a qualquer custo, geralmente a base de chantagem emocional. Pessoas que sofrem deste transtorno são geralmente descritas como (fonte Wikipédia):
"Muito emotivas, hipersensíveis, exageradas, superficiais, emocionalmente instáveis, dramáticas, infantis, muito preocupadas com a aparência física (vaidosos) e com notável tendência a exigir excessiva atenção para si a todo o momento. Caso contrário, sentem-se profundamente magoados, podendo expressar suas emoções de forma exagerada, como rompantes de choro ou raiva por coisa mínima. Geralmente vestem-se de maneira chamativa, sobretudo sexualmente provocante e costumam estar sempre à caça de elogios a respeito de sua aparência física. São muitos manipuladores, controlando pessoas e circunstâncias para conseguir atenção. Fazem uso da manipulação emocional e sedutora, frequentemente vestindo-se de maneira chamativa, encantando e seduzindo outras pessoas."
Esta é uma das armas mais perigosas. É como eles se revestem para atrair suas vítimas. É a embalagem mais colorida e chamativa da prateleira. Você os adora porque são vistosos, adoráveis, belos. Sabem aproveitar a vida; amam a vida. Você PRECISA de alguém assim do seu lado.  Ele está usando você.
Transtorno de personalidade antissocial Pessoas deste grupo ainda podem possuir traços também do Transtorno de personalidade antissocial, marcada pela conduta fria e impossibilidade de amar. É a mesma raiz da psicopatia, porém no caso do manipulador não está presente à conduta criminosa, mas que podem causar danos a outras pessoas, mesmo que inconscientemente.




quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Depressão e a covardia moral.

A Ética do Desejo e a Covardia Moral

Carlos Eduardo Leal

Resumo

O objetivo deste trabalho é pensar como o sujeito pode se deixar subsumir pelas intempéries da vida que ocasionam a angústia. A culpa como correlato da angústia é o que leva o ser humano a ter, não um comportamento ético nas suas ações, mas sim justo o contrário que é a covardia moral. A angústia do ponto de vista clínico, pode ser um bom balizador para situarmos no mundo moderno, a ética do desejo na vida em comum.

Resumé

Cet article a le but de penser comment le sujet peut se laisser anéanti par les conditions, le plus lourdes, de la vie qui font produire l’ angoisse. La culpe comme correlatif de l’ angoisse, c’ est ce qui méne l’ être humain a avoir, pas une coduite éthique dans ses actions, mais, par contre, elle fait le sujet vivre la lâcheté moral. L’ angoisse, du point de vue clínique, peut être un baliseur de bonne qualité, pour situer dans le monde moderne, l’ éthique du désir dans la vie cotidienne.


                                                                 Tudo o que se procura, será descoberto.
                     
                                                                                                Édipo Rei - Sófocles

Encruzilhada a céu aberto

Na encruzilhada de uma decisão, frente a uma escolha sempre presente, sempre recomeçada, a vacilação do sujeito põe em causa a constelação do seu desejo. Cometa alucinado a cruzar os céus do imaginário aflitivo e pessoal de cada um, o desejo inconsciente deixa como rastro na poeira de sua cauda, a insatisfação pela sua não realização. O brilho fálico do desejo, vislumbrado na negritude do firmamento, impõe ao sujeito uma espécie de obrigatoriedade em deter o que não se captura; o infinito deslizar metonímico deste cometa-desejo.
Em sua laboriosa fantasia o neurótico sonha iludido em realizá-la. O desejo inconsciente irrompe como um clarão que parece profanar o que até então era cegueira provocada pela opacidade da própria vida. Telescópio em punho, alinhado com a aparente previsibilidade do surgimento do desejo, ledo engano pois este surge de onde o sujeito menos espera e, invariavelmente, ele é tomado pelo efeito de surpresa, ou como Freud falou sobre o caso Emma, ´a emoção do susto`.[1] A imprevisibilidade do advento do desejo é correlata à abertura na vida humana da dimensão sexual, que se traduz como uma experiência daquilo que não cessa de não se inscrever: o real traumático.
Alinhado com as esperanças nutridas através das galáxias da linguagem, o sujeito ilude-se ao pensar que poderá sair em sua vida da posição de impossibilidade - como é o caso da neurose obsessiva - ou da posição de insatisfação - como é o caso da histeria - bastando para isto que ele realize e satisfaça o seu desejo. A esperança aqui se traduz em temor pela incerteza diante do futuro. A promessa de felicidade aparece como o sol que surge no horizonte das incertezas depois de uma noite de trevas. Só que na noite, tinha-se muitas estrelas e não se sabia qual seguir. Agora, durante o luzeiro, apenas uma para projetar a esperança porém, com a condição de não olharmos para ela, ou melhor dizendo, para ele, o sol.  Esta parece ser a fonte dos enganos na vida do homem comum. Manter a esperança sobre algo que na verdade ele jamais poderá olhá-la de frente sob a pena da cegueira, tal como Édipo, Creonte e outros que ousaram saber toda a verdade.
Na encruzilhada de uma decisão, atualmente apela-se aos astros com a falsa esperança de evitar o encontro com a tragédia do desejo. No mapa astral, pode-se olhar os astros sem o temor de que sejam por eles cegados. Porém, a verdadeira cegueira advém através do encobrimento da palavra que ao privilegiar o destino, retira do sujeito a responsabilidade sobre o seu desejo. Quando entregamos ao Outro o fardo da nossa causa é bem provável que encontremos o alívio, com um preço a pagar por isto que é o de não termos acesso à verdade.[2]
O desejo não pode se consumar numa tragédia. A dimensão trágica é quando dele não queremos saber e supomos que poderemos viver nesta insciência. O alerta dado pelo inconsciente tem a serventia para que possamos dele desfrutar e não para que fiquemos atrelados à um usufruto, este gozo de puro sofrimento.
O analista é aquele que vive o presente no passado e traz o passado para o presente. Tal como as estrelas, cujo brilho que nos chega de um passado longínquo atualizado no presente. O céu do analisante é seu inconsciente onde existem alguns buracos negros através dos quais até a luz é puxada para dentro. Dentro desta alegoria espacial, podemos também dizer que a interpretação analítica é um verdadeiro meteoro cuja cauda deixa rastros na vida do sujeito. Ou ainda, que a interpretação é uma estrela cadente que por sua velocidade e clarão impostos, não dá chance ao sujeito de fazer um pedido como se faz popularmente, enfim, de fazer uma demanda.
A interpretação não visa à demanda, mas sim ao desejo. A interpretação faz furo no céu do desejo inconsciente. A interpretação abre um real de espanto onde o sujeito pode ver uma constelação de pensamentos que apesar de serem dele, não se sabia da sua existência. A análise produz dia, luz, clarão radiante onde tudo era noite sombria na vida do analisando.
Mas a análise traz também em seu bojo, a noite e suas sombras quando o brilho excessivo do real acaba por produzir uma cegueira insuportável. A análise produz a sucessão dos dias – travessia - reproduzindo a vida dentro da vida, a morte dentro da morte, mas também a vida dentro da morte e seu reverso, isto é, a morte no interior da vida.
A análise permite a abertura do céu do inconsciente para o próprio analisante. O descortinar de um véu, produz a possibilidade de um percurso nunca antes transcorrido. Percurso difícil onde por vezes parece um céu infinito noutras um dia claro e em outras ocasiões, parece não haver caminho possível  para se trilhar. Deste lugar sem saída, desta posição de desterramento insuportável tal como um fora de casa, fora de seu ethos, surge a dimensão de algo que não engana: a angústia.


"É necessário para ser feliz você suportar uma anormalidade. Uma anormalidade é aquilo que nos destaca do grupo. E suportar o destaque 'non facile'. Por isso que eu insisto que o problema na vida é a inteligência, a beleza, é o charme... São todas as coisas boas. Porque todas as merdas são solidárias" (Jorge Forbes) 


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Vamos lá!

Vamos lá garota, tenha coragem de recomeçar, a vida 
Não espera, vá buscar seus caminhos!!!
O que o filósofo Leandro Karnal, diz a respeito da nossa escuta e de quem somos nós, porque precisamos de tantos personagens? Não escutamos e não temos sexo...
Quanto mais falamos, menos ouvimos, somos menos brilhante estamos tão ocupados com o mundo virtual que deixamos o mundo real de lado, são fotos, viagens, sorrisos...
Somos apenas cascas, deixamos de ser apenas humanos...
Dizemos muito, comemos muito, viajamos, fotografamos, namoramos, multiplicamos... Ufa...
Quem somos nós!!!

Viva, pelo amor a você mesmo!!!

O vídeo está ao lado também!!! Espero que gostem...

Psicóloga Sônia Furlanetto.



segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Setembro Amarelo. Não se mate, eu acredito em você. A prevenção ao suicídio!




A morte por suicídio ocupa a terceira posição entre as causas mais freqüentes de falecimento na população de 14 a 44 anos em alguns países. Estima-se que as tentativas sejam 20 vezes mais freqüentes que os suicídios consumados. Os homens cometem mais suicídio, e as mulheres fazem mais tentativas. Os transtornos mentais estão associados com cerca de 90 por cento dos casos de suicídio, sendo de maior incidência os transtornos do humor, relacionados a substâncias, da personalidade e esquizofrênicos. Histórias de violência física e/ou sexual, negligência, rejeição e luto são eventos adversos de vida muito associados ao suicídio. Os eventos precipitadores do comportamento suicida mais comuns são a existência de graves conflitos relacionais e perdas interpessoais significativas. A decisão de tirar a própria vida é, em muitos casos, tomada pouco tempo antes da tentativa, sugerindo impulsividade. Há evidências de que a restrição do acesso a métodos letais diminui a incidência de suicídio.(AU).

Acesse site:


Neste livro escrevo sobre uma experiência que faz parte de meu dia-a-dia, tanto no hospital universitário quanto no consultório: atender pacientes em crise suicida. Com isso, espero que a sistematização dessa experiência, no formato de um livro, possa contribuir para o aprimoramento da clínica. Faço, também, um apanhado dos percursos e desafios dos quais participei numa área onde se dão, no Brasil, os primeiros passos: a prevenção do suicídio.
A temática do suicídio está aberta a diferentes visões e a várias ciências. Devido à sua natureza dilemática, complexa e multidimensional, não há uma maneira única de olhar ou abordar o problema. O referencial teórico aqui apresentado, eclético, visa incentivar o leitor a refletir e a eleger o que mais se adéqua à sua prática e à condição única de seu paciente.
 A crise pode ser tão dolorosa, quanto potencialmente útil, variando com a gravidade daquilo que ela afeta ou põe em causa. O significado de um acontecimento, de uma situação inesperada, precisa ser encontrado e integrado na história do sujeito, incorporando-se a uma nova perspectiva de vida.
A crise pode levar ao colapso existencial, com vivências de angústia e desamparo, de incapacidade e esgotamento, de falta de perspectiva de solução, um não encontrar saída. Se ultrapassar a capacidade pessoal de reação e de adaptação, pode aumentar a vulnerabilidade para o suicídio, que passa a ser visto como solução única para uma situação insuportável.
A palavra suicídio é conhecida desde o século XVII. As várias definições de suicídio costumam conter uma ideia central, mais evidente, ligada ao ato de terminar com a própria vida, juntamente com ideias periféricas, menos evidentes, relacionadas à motivação, à intencionalidade e à letalidade.
Na crise suicida há a exacerbação de uma doença mental existente, ou a turbulência emocional que, sucedendo a um acontecimento doloroso, é vivenciada como um colapso existencial. Ambas as situações provocam dor psíquica intolerável e, em consequência pode surgir o desejo de interrompê-la por meio da cessação do viver.
A capacidade do paciente de manter o controle sobre sua vida torna-se nula ou muito reduzida. É assim que vem, ou geralmente é trazido, ao psiquiatra. Então, é esse profissional quem deve assumir, temporariamente, o controle da crise, valendo-se de vários recursos: acolhe o paciente e o mantém em segurança, convoca e orienta a família, indica uma internação hospitalar ou domiciliar, prescreve psicofármacos, encaminha ou já inicia uma psicoterapia de crise, bem como ativa outras fontes de apoio.
Trechos do capítulo Magnitude
Nos últimos sessenta anos, os índices de suicídio vieram aumentando, até que decresceram a partir de meados da década de 1990. Entre os anos de 2000 e 2012, dentre os 172 países que enviam seus dados sobre suicídio para a Organização Mundial da Saúde (OMS), em apenas 29 (17%), observou-se elevação de tais índices.
No Brasil, o coeficiente médio de mortalidade por suicídio foi de 5,8 mortes para cada 100 mil habitantes, em 2012, segundo estimativa da OMS.
Um coeficiente nacional de mortalidade por suicídio é uma média. Por isso, deixa de revelar as importantes variações segundo regiões geográficas e grupos humanos. Estudos epidemiológicos realizados nas duas últimas décadas mostram taxas mais elevadas nas regiões Sul e Centro-Oeste, em cidades de pequeno e de médio porte populacional, em homens, em idosos e em indígenas.
O coeficiente de mortalidade por suicídio no Brasil pode ser considerado relativamente baixo, quando comparado ao de outros países. A despeito disso, por sermos um país populoso, ocupamos o oitavo lugar entre os que registram os maiores números de mortes por suicídios. Em 2012 houve 11.821 suicídios oficialmente registrados no país, o que representa, em média, 32 mortes por dia.
Trecho do capítulo Entendimentos
Um modelo de entendimento da suscetibilidade ao suicídio inclui a participação de uma propensão biológica, movida pela genética, combinada a fatores ambientais. Alguns componentes desse modelo têm sido objeto de intensa investigação científica: traços impulsivo/agressivos, experiências traumáticas na infância (notadamente privação materna e abuso físico), desamparo, pessimismo, carência de apoio social, rigidez cognitiva, prejuízo na capacidade de solução de problemas e acesso a meios letais.
Um transtorno psiquiátrico, dentre os quais se destaca a depressão, está presente em mais de 90% dos casos de suicídio, de acordo com estudos retrospectivos realizados nos Estados Unidos e Europa. Ambos, depressão e suicídio, podem ocorrer como resposta anormal a acontecimentos estressantes.
Edwin Shneidman, psicólogo norte-americano, é considerado o pai da Suicidologia. Baseando-se tanto em um referencial psicodinâmico quanto cognitivo, cunhou o neologismo psychache (dor da alma, dor psíquica) para denominar o estado de alguém que esteja prestes a se matar. Trata-se de uma dor intolerável, vivenciada como uma turbulência emocional interminável, uma sensação angustiante de estar preso em si mesmo, sem encontrar saída.
Nessa condição, a combinação de desespero e desesperança leva à necessidade de um alívio rápido: cessação da consciência para interromper a dor psíquica. Na crise suicida, o estado de construção cognitiva não permite um leque de opções de ação para enfrentar os problemas.
Se de início a ideia de se matar parece alheia e perigosa, causando ansiedade, aos poucos, pode adquirir estrutura autônoma e tranquilizadora (alívio de tensão) e passa a ser tolerada e bem-vinda. A situação agrava-se dramaticamente quando a pessoa tem pouca flexibilidade para enfrentar adversidades e propensão à impulsividade.

Valorize a sua vida, eu me importo com você.
Procure ajuda profissional.
Psicóloga Sônia Furlanetto.



trecho retirado do site: rebraps/

Aqui. Usp: REVISTA.

 C.V.V.


sábado, 4 de julho de 2015

Psicoterapia e Preconceito.

O preconceito existe e ainda vai existir por muitos anos. A psicologia é uma área relativamente nova, em desenvolvimento e que vai ganhando força a cada ano. Existem alguns mitos que rondam o psicólogo e o processo terapêutico em si, como por exemplo, psicólogos não tem problemas, a terapia é eterna, o psicólogo lê mentes, entre outros…
Vamos conversar neste texto sobre estas questões e desmistificar o psicólogo e sua forma de trabalho.
Um Psicólogo não têm problemas: Existe uma grande desinformação sobre qual é o papel do psicólogo. Creio que ainda somos vistos como “pessoas que ajudam os outros a resolverem seus problemas”, ou seja, pessoas que possuem soluções para tudo. Sendo assim, porque nós teríamos algum problema?
Fique tranquilo, possuímos problemas e dificuldades, indecisões assim como vocês faz parte da condição humana, nós também precisamos de psicólogos!
- Psicólogos podem receitar medicamentos.

Não. Muitos psicólogos possuem um vasto conhecimento médico/farmacêutico, mas que pode ser utilizado apenas como um suporte as questões trazidas pelo paciente, afinal, a partir da medicação tomada pelo paciente o psicólogo consegue compreender alguns sintomas relatados e perceber qual a melhor hora de encaminhar para outro profissional, buscando um atendimento multidisciplinar.

– Somente, pessoas com problemas procuram por terapia?


Com toda certeza não!  Mas, partindo do pensamento de que todos nós temos problemas, questões a serem trabalhadas e melhoradas, poderíamos dizer que as pessoas que buscam terapia possuem pontos que possam ser desenvolvidos. Muitas vezes sua vida está boa, mas você quer deixa-la melhor…
Que tal procurar um psicólogo? Sempre, recomento que seja por indicação de um médico conhecido ou de um Psicólogo amigo, caso você conheça um Psicólogo e seja seu amigo, ele não lhe atenderá, a menos que seja em caso de calamidade pública. (Código de ética do Psicólogo)

 - A terapia dura para o resto da vida.
Temos a impressão de que a terapia é algo eterno ou no mínimo, algo que vai demorar certo tempo para surtir algum efeito. Tudo depende do seu envolvimento, sua resiliência e o quão suas questões estão “cristalizadas” (conceito da fenomenologia).


Quanto mais vontade de mudança você demonstrar, mais aberto a mudanças você for, mais rápido o seu processo terapêutico chegará a um resultado positivo.
 - O psicólogo lê mentes?

Ao contrário, do que somos esperados por muitas pessoas, nós não lemos mentes. Talvez pelo fato de estarmos bem familiarizados com os sintomas causados pelos transtornos psicológicos, acabamos relatando exatamente o que o paciente está sentindo, e assim, passamos esta impressão.
O que chamam de leitura de mente, nós chamamos de anos e anos de estudo e dedicação.
- Crianças não devem “passar” no psicólogo
Pelo contrário, se seu filho sobrinho, vizinho está apresentando alguma dificuldade, seja ela cognitiva, social ou afetiva indique que o responsável procure um psicólogo. Muitas crianças apresentam questões que precisam ser trabalhadas e fortalecidas, o psicólogo irá ajudar da forma mais adequada.

- O psicólogo apenas vai me ouvir?
Uma das técnicas utilizadas no processo terapêutico é a da escuta, afinal, necessitamos ter informações para podermos trabalhar da melhor maneira possível. Existem psicólogos que intervêm mais e psicólogos que intervêm menos durante uma sessão, mas tudo varia de profissional para profissional, de abordagem para abordagem.
 - Foram ao psicólogo, que trabalha com oráculos para adivinhação.
A psicologia não utiliza destas técnicas místicas, que rapidamente preveem o seu futuro e te dão soluções para o seu problema. O processo terapêutico é um processo sério e que demanda esforço de ambos os lados, paciente-terapeuta.
Utilize o dinheiro que seria investido nestas soluções mágicas para começar uma terapia, talvez você perceba que este “amor perdido” não era a pessoa certa para você e que você pode ser feliz vivendo de outra forma. É crime, caso ocorra com você denuncie para o Conselho Regional de Psicologia.
Espero que eu tenha ajudado você a encarar a terapia de outra forma, se você acha que faltou abordar algum mito, alguma dúvida sobre o processo terapêutico deixe nos comentários abaixo e irei respondê-las em um texto futuro, trazendo mais mitos sobre a psicologia.
Essas questões são geralmente levantadas por acadêmicos em Psicologia, mas vale ressaltar, que multas pessoas têm certas crenças referentes à área da Psicologia.

Observação:
Quanto à escolha do Profissional: Primeiro, é importante você saber quem é o profissional que irá atendê-lo, se ele é credenciado no CRP. Não está sofrendo nenhuma sansão ética.
A segunda etapa é se você confia no profissional que irá atendê-lo; Psicólogos não atendem amigos, parentes, colegas.
A última delas recorre a questões éticas graves, o profissional podendo ficar inapto a exercer a sua profissão.
Psicólogos não receitam florais, não trabalham com acupuntura, não leem tarô, não usam nenhum desses artifícios no setting terapêutico.

Psicólogos geralmente não têm símbolos religiosos nas salas de atendimento.

Psicóloga Sônia Furlanetto.